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Quem tem acompanhado as últimas noticias do mundo literário deve ter já percebido de que estou a falar. Günter Grass, escritor alemão galardoado com o prémio Nobel da literatura em 1999, reconheceu recentemente que aos 17 anos fez parte das SS do regime nazi. Caíu-lhe tudo em cima. Tanto quanto percebi, nunca cometeu homicídios brutais, nunca cometeu crimes de guerra ou outros barbarismos a que geralmente associamos às SS. Tinha 17 anos, tal como a maioria dos jovens alemães da altura, acreditava que tinha o dever de lutar pelo seu país. Foi artilheiro de tanque na 10ª divisão Panzer das SS e combateu na guerra durante alguns meses, em 1944, até a sua companhia se ter rendido aos aliados. Tal como milhões de outros jovens alemães, arrastados numa espiral de violência que tomou conta da Alemanha devido à loucura de Hitler e companhia. É verdade que numa guerra não há inocentes, mas também é verdade que na guerra todos são vítimas, também os soldados. Deixem o homem em paz...
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