quinta-feira, março 29, 2007

Quintas-feiras culturais XXXIV

Pois é, até aqui na Holanda é quinta-feira, o fim de semana está quase a chegar e é dia de espalhar um pouco de cultura.

Por que me falas nesse idioma? perguntei-lhe, sonhando.
Em qualquer língua se entende essa palavra.
Sem qualquer língua.
O sangue sabe-o.
Uma inteligência esparsa aprende
esse convite inadiável.
Búzios somos, moendo a vida
inteira essa música incessante.
Morte, morte.
Levamos toda a vida morrendo em surdina.
No trabalho, no amor, acordados, em sonho.
A vida é a vigilância da morte,
até que o seu fogo veemente nos consuma
sem a consumir.

Cecília Meireles

quarta-feira, março 28, 2007

Lack of faith

Primeiro, bem cedo por sinal, perdi a minha fé na existência de Deus. Substituía por uma fé fortíssima na ciência que foi durante anos o meu deus. Nos últimos tempos perdi também a fé na ciência, que cada vez me diz menos...
Agora resta-me um ultimo resquício de fé... e se esse também desaparecer, o que acontecerá? Tornar-me-rei o "Super homem" de Nietzsche? Ou simplesmente cairei na loucura?

Just wandering...

terça-feira, março 27, 2007

Holanda


E cá estou eu de volta à Holanda. Continua tudo plano, tudo verde, tudo calmo. O tempo está estranhamente bom, solzinho o dia todo e apesar do vento gélido cortante pode-se dizer que se está até bastante bem no campo...

segunda-feira, março 19, 2007

O Nosso Mar - adeus

Na hora de mais uma partida para a Holanda, depois de despedidas e mais despedidas, hoje fui-me despedir dele ali à Foz do Arelho... do mar... do Nosso Mar!

quinta-feira, março 15, 2007

segunda-feira, março 12, 2007

Venha mais Zeca

Não é quinta feira, mas sabe sempre bem lembrar o nosso Zeca.

Venham Mais Cinco

Venham mais cinco
Duma assentada
Que eu pago já
Do branco ou tinto
Se o velho estica
Eu fico por cá

Se tem má pinta
Dá-lhe um apito
E põe-no a andar
De espada à cinta
Já crê que é rei
Dàquém e Dàlém Mar

Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar

A gente ajuda
Havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira
Deitar abaixo
O que eu levantei

A bucha é dura
Mais dura é a razão
Que a sustem
Só nesta rusga
Não há lugar
Pr'ós filhos da mãe


Não me obriguem
A vir para a rua
Gritar
Que é já tempo
D'embalar a trouxa
E zarpar


Bem me diziam
Bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra
Quem trepa
No coqueiro
É o rei

quinta-feira, março 01, 2007

Desbaratar ou não desbaratar...

Desbaratar. Eis uma palavra do léxico português que não se vê com muita frequência. Pessoalmente só a tinha avistado a espaços e geralmente associada a livros de história ou a textos de jornalismo de guerra, associada a frases como "A companhia 23 foi completamente desbaratada pelo avanço rápido das forças inimigas durante a batalha do Monte Calvo".
Que o futebol às vezes é uma guerra já eu sabia, mas foi com alguma surpresa que li no outro dia no Publico, num texto sobre o ultimo jogo do Sporting de Braga, a palavra desbaratar surgir não uma, mas duas vezes.
Dizia então o repórter: "O avançado desbaratou o penalty ao chutar a bola contra o ferro da baliza" Brilhante, não? Mas não se ficou por aí, passadas uma dez linhas lá vinha: "uma grande chance completamente desbaratada pelo jogador que se encontrava isolado frente ao guarda-redes".

Convém agora perguntar, o que significa então desbaratar?

Desbaratar: esbanjar, dissipar, vender por preço baixo, derrotar, destruir

Tenho de dar o braço a torcer e dar razão ao jornalista, desbaratar aplica-se a estas situações! Parabéns pelo bom uso do português! Mas talvez um dicionáriozito de sinónimos para evitar usar a mesm palavra cara duas vezes de seguida, não?