domingo, setembro 25, 2011

Piscares de Olho - LVI

As gôndola são embarcações típicas da Lagoa de Veneza, em Itália. Pelas suas características de manobrabilidade e velocidade, foi, até a chegada dos meios motorizados, a embarcação veneziana mais adaptada ao transporte de pessoas, numa cidade como Veneza onde os canais foram sempre utilizados como a principal via de transporte. Hoje as gôndolas são sobretudo usadas para o turismo, atraindo milhares de turistas apesar do seu preço proibitivo. Este piscar de olho mostra-nos algumas gôndolas no Canal Maior de Veneza, sob as cores incertas do céu de final de dia. Foi tirado em Setembro de 2009.

quinta-feira, setembro 22, 2011

Escolhas


Esta pequena reflexão não é original, nem trás nada de novo ao tema, mas continua a ser algo que me ultrapassa. Não compreendo porque aceitamos este retrocesso, porque aceitamos voltar ao tempo do feudalismo... bem, mas talvez seja melhor explicar primeiro de que estou a falar!

Eis a simples questão. Aquilo que o actual governo, e que para todos os efeitos os últimos 3 ou 4 governos da república nos têm para nos oferecer é algo que se resume a isto: pagar mais impostos por menos serviços. A taxa fiscal tem subido em flecha, para compensar determinados gastos, que, nos dizem eles agora, estão para lá das nossas possibilidades. Para corrigir as contas cortam nos serviços que nos são devidos e que são o motivo para existir um "estado", sobretudo a educação, a saúde, a justiça e a segurança, quer física, quer sócio-económica. Ou seja, caminhamos a passos largos para um sistema em que pagamos muito mais impostos, para receber muito menos, ou nenhuns, serviços em troca.
Impõe-se então a questão. Nestes moldes, para que serve o estado? Para que andamos nós a pagar impostos? Na Idade Média, nos tempos das sociedades feudais, os poderosos exigiam pagamento de impostos porque sim, inventando várias desculpas, geralmente ligadas a um pretenso direito divino de dominar os seus inferiores. Gastavam esse dinheiro para se rodearam de luxos e riquezas, ou para estourar em guerras contra os seus rivais de estimação. Mas o mundo evoluiu e surgiu o conceito de contracto social. O povo paga impostos, para receber em troca serviços prestados pelo estado.
Agra veja-mos a nossa situação. As grandes empresas que prestavam serviços básicos, como a água, a energia ou as telecomunicações estão a ser uma a uma vendidas a privados. A educação e a saúde são cada vez mais um luxo para quem é rico, e a própria justiça é cada vez mais cara. Os nossos impostos não são gastos nem para melhor equipar as forças de segurança, nem para garantir melhor segurança social para quem dela necessita. Resumidamente, parece-me que voltamos ao feudalismo medieval, mas com um pequeno twist, agora damos dinheiro ao estado, para ele o oferecer ao banqueiros e às grandes empresas, para os seus donos e gestores se rodearem de luxos e riquezas, e para armarem as suas guerrinhas uns com os outros.
Ora a solução parece óbvia. Aliás, acidentalmente a Bélgica tem vindo a testar essa solução, com resultados muito positivos. Acabe-se com o estado. Se não vamos receber serviços em troca, não vejo motivo para continuar-mos a pagar por eles.

Claro que a solução não é acabar com o estado, tal seria oferecer o país de mão beijada ao mais selvagens dos capitalistas. A solução é outra, livremo-nos deste estado. Do estado que não serve, mas apenas absorve. Expulse-mos os ultra-liberais e outras criaturas que como eles têm as mãos dos empresários tão enfiadas pelo cú acima que quase lhes sai um dedo ou dois pela boca. O que precisamos é de devolver o poder ao povo. Lembram-se? A tal democracia, o poder do povo, pelo povo e para o povo. Quanto mais depressa acabar-mos com a mama, quanto mais depressa tirarmos do poder aqueles que querem dar tudo aos que já têm tudo, quanto mais depressa voltar-mos a seguir o caminho da igualdade e da justa divisão da riqueza, menos dolorosa será a transição. Pois esta mudança é inevitável, a questão é se a faremos pacifica e racionalmente, ou se teremos de ver o mundo cair na selvajaria antes de voltarmos a viver em paz e prosperidade. É a escolha que nos assiste neste momento da História. Só temos de a fazer...

domingo, setembro 18, 2011

Madeira

Foi curioso ouvir, consecutivamente nas notícias, esses dois grandes "campeões da democracia" dos nossos tempos, Mahmoud Ahmadinejad e Alberto João Jardim. Se todas as agressões às liberdades e à justiça são graves, ainda assim, aquelas que são perpetradas no meu próprio país são-me mais incómodas, pelo que me preocupa mais o último grande fascista português e o que ele faz na Madeira do que as maluquices do presidente iraniano.

Sinceramente, ainda me preocupam mais as negociatas escabrosas que o Jardim tem feito na Madeira e como elas nos vão afectar a todos. Não que a democracia seja menos importante que as finanças, muito pelo contrário. Mas se os madeirenses querem democracia, vão ter de ser eles a lutar por ela, nós já fizemos um 25 de Abril no continente, não temos culpa que os madeirenses tenham preferido escolher democraticamente a continuação do fascismo no seu cantinho do país.

Já a parte económica é algo que nos vai afectar a todos. Numa altura em que a Alemanha deseja anciosamente destruir a Europa (mais uma vez), estas negociatas e aldrabices várias do senhor Jardim ameaçam destruir Portugal. Não estou a falar só no rombo imenso que ele fez nas nossas já debilitadas finanças, crimes aliás pelos quais eu sonho (não vou dizer espero pois conheço bem demais a ineficácia da justiça portuguesa no que toca a este tipo de crimes) que ele venha um dia a dar com os costados na prisão. Mais grave do que isso, este incidente ameaça a unidade nacional do nosso país.
Convém lembrar que Portugal é uma das nações mais antigas da Europa e uma das nações que há mais tempo têm as suas fronteiras e a sua integridade nacional bem definidas. Isto, como é óbvio, inclui as nossas regiões autónomas nos arquipélagos macaronésicos. No entanto, estas negociatas da Madeira fizeram vir ao de cima um sentimento, em tudo igual ao "vamos explusar a grécia da Europa" dos alemãos, que defende que a Madeira está a mais em Portugal, que talvez não devesse fazer parte do país, ou pelo menos deveriam ser os madeirenses sozinhos a pagar as aldrabices do senhor Alberto João. Não vou dizer que estas ideias não me pareçam atraentes, mas são absurdas no contexto de um país uno e bem definido como Portugal. Se começássemos pela Madeira o que se seguiria? Expulsar as Beiras por serem pouco produtivas? Expulsar o Algarve por ter demasiado desemprego? Já agora expulsar Lisboa por ter demasiados políticos!

Quando levamos os argumentos até ao seu limite absurdo, eles costumam cair por terra facilmente. Isto aplica-se na perfeição à questão da Grécia na Europa, ou da Madeira em Portugal. Se na Europa temos o problema das diferentes regras e leis aplicadas em diferentes países, problema que só poderá ser resolvido quando a Europa se decidir a avançar na direcção do federalismo, já em Portugal convém lembrar que a constituição é a mesma no continente ou na Madeira, que a justiça é a mesmo no continente ou na Madeira e que, em última análise, o governo é o mesmo no continente ou na Madeira, apesar dos detalhes da limitada autonomia das regiões autónomas.

Assim, se querem encontrar bodes expiatórios para o défice da Madeira, olhem para o seu primeiro responsável, o Alberto João Jardim, e levem-no perante a justiça da nação. Olhem para o governo português que lhe dá liberdade para fazer o que bem entende, olhem para os responsáveis da economia e das finanças do país que permitiram que a situação da Madeira chegasse a este ponto. Olhem, talvez acima de tudo, para a nossa justiça inoperante, que é incapaz de combater o crime financeiro, seja no continente, na Madeira ou nos Açores.
Assim, não culpem os madeirenses, não os culpem por escolherem maus governantes, pois tal é um crime em que todos nós os 10 milhões incorremos constantemente, e não pensem que começar a retalhar o país é a solução (infelizmente, o actual governo acha que vender o país a retalho é de acto uma boa solução, mas isso são outras guerras).

Piscares de Olho - LV

A cidade de Girona fica na Catalunha, entre Barcelona e a fronteira francesa. Conhecida pelo Museu Dali, que na verdade fica em Figueras, a poucos quilómetros de Girona, a cidade é atravessada pelo rio Onyar. O piscar de olho leva-nos até Girona, fotografando o clássico reflexo das coloridas casas de girona no leito calmo do rio Onyar. Não é muito original, na verdade é até o postal mais típico da cidade, mas esta foi tirada por mim, e por isso, como diria o António variações, "é cada da terra e tem muito encanto". Bom domingo a todos!

domingo, setembro 11, 2011

Piscares de Olho - LIV

O Parque Nacional da Peneda-Gerês é sem dúvida uma das maravilhas naturais de Portugal. Estive lá à pouco tempo, em Junho último, e tive oportunidade de tirar esta fotografia de uma das suas magníficas paisagens, esta na zona norte do parque, perto de Rouças. As melhores imagens são aquelas que valem mil palavras... é o que diz o ditado. A beleza desta região não necessita de palavras, e está ali mesmo à espera de uma visita!

domingo, setembro 04, 2011

Piscares de Olho - LIII

A cidade de Roma é conhecido pelas ruínas romanas, pelas sete colinas, pelas igrejas e fontes.... O património arquitectónico da capital italiana é infindável, mas existem outras coisas por lá para atrair um piscar de olho. Espreguiçando-se sobre pedras milenares, dormindo ao sol sobre ruínas que contam histórias de impérios e civilizações passadas, os gatos de Roma são outra das coisas a não perder na cidade eterna. Existem de todas as cores e feitios, mas talvez os mais frequentes sejam estes "Garfields" cor de laranja às riscas, por ali a dormir sobre um qualquer pedaço de história.