terça-feira, março 29, 2005

Júlio Verne

O Público começou na semana passada uma coleção de livros do Júlio Verne e queria aproveitar, não só para espalhar mensagem, mas também para fazer a devida homenagem ao grande mestre francês da ficção científica. A meio do séc. XIX já este homem pensava em idas à lua, em viagens submarinas, na exploração dos pólos e muito mais. Não só criou todo um género literário como ainda conseguiu produzir algumas que ainda são hoje das melhores obras do estilo. Claro que hoje em dia é difícil ver livros como "As vinte mil léguas submarinas" ou "Da Terra à Lua" como obras de ficção científica, visto estas ficções terem já sido ultrapasadas pelos tempos e reduzidas a memórias obsoletas de avanços científicos já ultrapassados, mas a forma como foram escritos, misturando a ingenuidade de quem tentava prever um futuro ainda distante, com um rigor científico inabalável, cuidado que alguns escritores de ficção científica modernos tendem a esquecer, ajudam a manter os livros actuais e muito agradáveis de ler.
Muitos consideram estes livros como sendo literatura juvenil, mas nunca percebi muito bem porque. Será que os clássicos do Arthur C. Clarck, Richard A. Henleim ou do Isaac Asimov vão ser vistos como literatura juvenil um futuro (mais ou menos) longíquo em que as suas ideias visionárias já se tornaram realidade? Talvez seja uma tendência natural deste estilo literário, mas ainda assim, a catalogação como literatura juvenil pode não ser necessariamente negativa, basta ver a longa série de clássicos da literatura, hoje facilmente catalogados como para jovens: Moby Dick, A Ilha do Tesouro, As Viagens de Gulliver, Oliver Twist, A Cabana do Pai Tomás, O Conde de Monte Cristo, Ivanhoe ou As Aventuras de Robinson Crusoe. A maioria deste livros não foram certamente escritos a pensar em crianças...

De qualquer forma, deixo aqui o repto: comprem os livros do Júlio Verne, às quartas no público só por 5 euros e depois leiam ou deixem para as próximas gerações da família. Não vai ser certamente dinheiro mal gasto

Um silogismo simples

A eutanásia está na moda. Ele é filmes, documentários, manchetes de jornal... Mas afinal, porque toda esta confusão? Alguém me explica como é que podem haver pessoas contra a eutanásia?
Dizem-nos que temos direito à vida, dizem-nos que temos direito de escolha, liberdade de opinião de expressão... então qual é a dúvida de que a eutanásia é perfeitamente legal?

Vamos a ver: se temos direito à vida, acho que ninguém conseguirá negar que a morte (o momento da morte, não o conceito) faz parte integrante da vida, sendo mesmo, juntamente com o nascimento, um dos dois momentos mais fulcrais da mesma. Então temos direito à vida, mas subitamente perdemos esse direito no último segundo? É um bocado como dizerem às pessoas que não podem vender a sua casa, porque os seus direitos sobre ela são perdidos no momento em que a vendem e já não é delas para vender... Ou será que as pessoas que estão debilitadas ao ponto de já não poderem cometer suícidio já não têm direito à vida? Mas nesse caso porque é que o estado não as mata mesmo sem elas pedirem? (Contradição nº1)

Temos direito de escolha. Podemos, por exemplo escolher o governo da nação, decisão que potencialmente vai afectar milhões de pessoas... mas não podemos decidir quando queremos por um ponto final à nossa vida? Uma decisão que nos afecta principalmente a nós e, quanto muito, aos nossos relacionamentos mais próximos! (Contradição nº2)

Temos liberdade de opinião e de expressão. Ora uma pessoa ao escolher a eutanásia não está a demonstrar uma tomada de opinião e, de certa forma, uma expressão clara das suas ideias? De que forma é que a liberdade é defendida proibindo alguém de tomar uma decisão que é exclusivamente relativa ao seu próprio corpo? (Contradição nº3)


Básicamente à dois motivos para a maioria dos estados proibirem a eutanásia: uma razão puramente juridíca e uma razão puramente religiosa.
- a primeira é que é complicada, a nível jurídico, a acção de alguém matar outrém a pedido deste. É um caso particular, que não será muito fácil de resolver legalmente. Ora como a preguiça é a mãe de toda a justiça (pelo menos em Portugal, tenho de pensar melhor se podemos generalizar ou não!) se é complicado tornar legal, ilegaliza-se e está o problema resolvido.
- a segunda é que, apesar de teoricamente vivermos num estado laico, o estado continua a basear o seu sistema legal no princípio de que a vida (a que temos direito) é nos apenas emprestada por uma entidade superior, não sendo nossa a decisão de a devolver quando queremos. Portanto, um conceito na melhor das hipóteses medieval.


Finalmente, deixem que, com um silogismo simples, demonstre que a proibição da eutanásia é um crime contra a humanidade: A) se alguém quer morrer é porque a vida se tornou uma mera fonte de sofrimento e, como tal, uma forma se tortura; B) a tortura é proibidade pela Carta dos Direitos do Homem e considerada pelo direito internacional um crime contra a humanidade; C) Se a tortura é um crime contra a humanidade e se a proibição da eutanásia é uma forma de permitir uma tortura continuada, então a proibição da eutanásia é um crime contra a humanidade.

quinta-feira, março 24, 2005

Hotel Ruanda

Já lá vão duas semanas desde que vi o "Hotel Ruanda", um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos. Fui ver um pouco com o pé atrás, porque apesar da crítica favorável suspeitei da presença de alguns nomes pesados de Hollywood (Nick Nolte e Joaquin Phoenix) que podiam fazer prever uma as habituais pahaçadas cheias de bandeiras americanas e heróis de trazer por casa. Nao se tratando de um filme de guerra, mas sim de uma história focada numa personagem particular apanhada no rebulíço trágico da guerra civil no Ruanda, o filme é agraciado pela visão, talvez mais intimista, do cinema não hollywoodesco (trata-se de uma parceria canadiano-anglo-italo-sulafricana), sendo o resultado final excelente.
O filme trata a história verídica de Paul Rusesabagina, o gerente do tal Hotel Ruanda, que por um misto de acaso, desespero, coragem e grande humanidade, salva cerca de um milhar de refugiados Tutsis que fogem aos massacres levados acabo pelos Hutos. São de realçar as grandes interpretações dos dois actores principais: Don Cheadle (no palel de Paul Rusesabagina) e de Sophie Okonedo (no pale da sua esposa, Tatiana Rusesabagina)
O filme retracta bem o horror dos massacres, sem nunca exagerar na violência mostrada nos ecrãs, mas deixando antever em breves vislumbres o que se passou. Mais do que pela violência física, somos afectados pela injustiça e pela descriminação absurda, que por vezes se torna quase sufocante, assim como somos perturbados pela forma como os poderes internacionais se movem e podem facilmente salvar ou deixar morrer centenas de milhares.
Ficamos também com uma instrutiva noção da história recente do Ruanda, que se assemelha tanto à de outros países africanos: durante o período colonial, o Ruanda foi belga, tendo os belgas criado os conceitos de Tutsi e Huto, duas etnias que nunca existiram, mas que foram criadas pelos pseudo-antropologos do período colonial, com base em leves diferenças no tom de pele e nas medidas da cabeça e, imagine-se, das narinas. Os tutsis eram usados pelos belgas para governar o país, de forma autoritária, contra a maioria Huto, o que levou a que logo após a descolonização tenham sido destituidos de poder e reduzidos a um papel secundário na sociedade, agora liderada pelos Hutos que sempre aspiraram a excluir os tutis do país. A história é mais complexa pois involve ligações étnicas e políticas aos países circundantes, mas básicamente, a guerrilha tutsi começou uma longa guerra civil contra as forças Huto, tendo-se finalmente chegado ao ponto em que, fruto de anos de propaganda e de instigação ao ódio, as milícias urbanas de Hutos (Interhame) decidiram começar o exterminio sistemático de todos os hutos no país.
Não vou agora contar como é a história do filme e como se insere neste contexto, mas deixo apenas um conselho: vejam o filme, é imperdível.

Mourinho, grande homem

O Mourinho ontem disse que achava que o Benfica era a equipa que mais merecia ganhar o campeonato português. Grande homem! O José Mourinho é um senhor!
Nunca mais volto a dizer que ele é um arrogante insuportável e que seria uma benece para o Universo se lhe caísse um meteorito em cima. Volta Mourinho, tás desculpado!

quarta-feira, março 23, 2005

A Páscoa... e outros feriados

Recomendo quem for muito sensível e/ou religioso a não ler este post.

Vem aí a Páscoa e, claro, pára tudo para mais uma destas famosas "festas da família", tudo porque um gajo qualquer bateu a bota à mais de 2000 e disse que o fazia em nome da humanidade. Coitado do J.C. até me parece er sido um gajo às direitas, defensor dos pobres e dos injustiçados, acho que mereçe o seu lugar na História como um importante profeta e ideólogo. Até acho justo que lhe façamos justiça com um feriado. Mas um não chegaria?
É um porque o gajo nasceu, é um porque o gajo morreu, mas afinal nao morreu e renasceu uma semana depois, outro pela mãe dele, etc. Já agora porque não uns feriados em nome do cão, do gato, do dia em que disse a primeira palavra, do dia em que lhe nasceu a barba (ele até é famoso por ela!) ou pelo dia em que... ia escrever uma cena sobre a Maria Madalena, mas depois podia-me caír um relâmpago na cabeça ou ser castigado e ir parar ao céu!

Na verdade, eu não queria criticar este belo feriado em que além da morte e ressureição de Cristo celebramos a Engenharia Genética. Sim, a Engenharia Genética, ou conhecem outra esplicação para coelhinhos cor-de-rosa que põem ovos de chocolate? Na verdade, o que eu queria era propor mais alguns feriados, ou não fosse eu português.

Assim, se Jesus Cristo tem direito a uma série de feriados, podemos categorizar os vários motivos porque ele é famoso e atribuir feriados a gajos famosos pelo mesmo. Cá vão alguns feriados:

Feriados dedicados a gajos barbudos:
- António Variações
- Charles Darwin
- Che Guevara
- Camilo Castelo Branco

Feriados dedicados a gajos que morreram a defender ideais demasiado avançados para a época:
- o gajo que foi atropelado por um tanque na Praça Tienannmen
- Sócrates (o outro... também não é esse do futebol... o outro mais antigo, grego)
- Galileu (não morreu, mas teve de matar a sua auto-estima para se safar...)
- Martin Luther King

Feriados dedicados a pessoal que ninguém se entende sobre se já morreram ou não:
- Elvis
- Marilyn Monroe
- Papa João Paulo II
- também há o Hitler, mas por uma questão de respeito aos outros membros desta lista, não vou incluí-lo aqui. Esse filho da mãe, espero que tenha morrido quando dizem, mas muito lentamente!


Feriados dedicados a filósofos e ideólogos:
- Platão
- Aristóteles
- Bacon
- Descartes
- Kant
- Hegel
- Nietzsche
- Marx
- Rousseau

Ficam lançadas estas sugestões. Podem ser que alguém aproveite algumas!

Concertos de borla

Porque um blog também é um meio de fazer chegar informaçao a quem a procura, queria aproveitar este espaço para informar os mais desatentos que nesta semana esta a decorrer uma iniciativa com um nome foleiro do estilo "Semana da Juventude". Apesar da falta de originalidade no nome, a iniciativa incluí uma série de concertos na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, concertos esses que são completamente à borla!
Entre as bandas participantes encontram-se Pluto, Fonzie, Ena Pá 2000, Toranja e Clã. Também participam uma banda de nome Spaceboys que na descrição se dizem inventores de algo a que chamaram "kuduro intergalático"... Tirando esta última coisa, à várias bandas que merecem ser ou vidas.
Sei que os Toranja são no domingo (27/3) e os Clã são na segunda-feira (28/3). Valem concerteza a pena!

terça-feira, março 22, 2005

O pecado mortal da democracia liberal

O que eu vou aqui escrever não deve ser nada de novo. Muitos antes de mim devem ter chegado a este conclusão. Mas foi algo que me apercebi no outro dia enquanto lia um jornal.

Apercebi-me de um erro crasso no funcionamento dos estados democraticos e liberais. Não me entendam mal, pessoalmente acredito que a democracia é a menos má das formas de governo que conhecemos. Não consigo sequer tolerar ideais em que a liberdade e igualdade dos cidadãos não seja o ponto fulcral. Contudo, temos uma pequena falha, derivada do funcionamento do nosso sistema capitalista:

A emprensa (ou para ser moderno os "media") começa por ser livre, sendo defensora de ideais justos e modernos. Mas como as empresas da comunicação social têm de dar lucro, tendem a formar grandes nucleos económicos. Quanto maiores são, mais poderosas são e quanto mais poder têm maior é a influência que têm sobre os estados democraticos, que são altamente sensíveis a pressões dos ditos "lobbies".
O problema é que nesta fase a emprensa tornou-se uma corporação poderosa, cujos ideais são bem diferentes, fugindo dos principios liberais iniciais para um direitismo progressivamente mais reacionário, à medida que o poder e o dinheiro se vão acumulando nos bolsos dos seus directores.
Na situação extrema, chegamos ao sistema americano, em que a emprensa se tornou tão rica e poderosa que são os prórios meios de comunição (primeiros impulsores dos ideias de igualidade e liberdade) a defenderem um estado fascista, que benefície os poderosos (grupo em que agora se incluíem os "media") ajudando-os a melhor espezinhar o homem comum. Vou-lhe chamar o princípio da "inevitável direitização da emprensa" que pode em última análise por em causa a existência de estados democraticos liberais, pois na fase final do seu crescimento, tal como as estrelas que implodem e se trasformam num buraco negro, os "media" acabam por finalizar a sua diabólica metamorfose, de pequenos pasquins de esquerda, a grandes informadores liberais, para poderosas corporações de direita e finalmente a maquivélicas máquinas de propaganda estatal para os governos fascistas que ajudaram a criar.

É um pouco assustador, não é? Agora comecem a ler com atenção as entrelinhas dos nossos principais jornais e televisões e vejam onde poderemos ir parar. O Paulo Portas começou no Independente a criticar um governo de direita... será preciso dizer mais alguma coisa?

Que miséria de jogo...

Em qualquer blog com um mínimo de nível, também se tem de falar de futebol, por isso cá vai!

Ontem assisti na TV ao que foi talvez o pior jogo do presente campeonato, disputado por duas equipas que se dizem candidatas ao título. Foi tão mau, tão mau que o Sporting devia ser obrigado a devolver o preço dos bilhetes ao público.
O Porto jogou malzinho, mas depois de ficarem com menos 2 jogadores ainda mereçem desculpa, agora o Sporting foi no mínimo confrangedor. Mesmo com dois gajos a mais em campo, não conseguiam fazer uma jogada decente.
Sem duvida que a melhor equipa em campo foi a equipa de arbitragem, que apesar dos lances polémicos, acertou na maioria dos casos. Os vermelhos são correctos e o penalti não deixa dúvidas

Vale o resultado, que é bom para o Benfica!! Sinceramente, será vergonhoso se equipas que jogam tal mal venham a ganhar o campeonato. Se o Benfica não ganhar, que ganhe o Braga que me parece ser, dos primeiros, a equipa que melhor joga à bola.

Que ganhem os vermelhos!

Farmácias e medicamentos

Para primeiro tema do meu blog, um assunto tão na moda: a venda de medicamentos fora das farmácias.

Pessoalmente, não votei no Socrates, mas fiquei satisfeito com a eleição dele e até me agradou a ideia de lhe termos dado a maioria absoluta. No entanto, as minhas dúvidas eram muitas quanto às capacidades dele para liderar os destinos do nosso cantinho à beira-mar plantado.
Aconteceu que, no dia da tomada de posse, em que ele divulgou esta ideia tão (pouco) polémica, eu tinha acabado de passar 1h à procura da famácia de serviço para comprar uma treta de um Cêgripe e de Mebocaína (PUB). Chego a casa, ouço o gajo a sugerir que eu podia ter ido simplesmente ao hipermercado mais próximo sem me chatear nada e pensei: "O gajo é um Deus!"

Cinco minutos depois lembrei-me que o gajo não é assim tão fantástico, mas ainda assim, deixem-me ser o primeiro a aplaudir a ideia! Acho muito bom pronuncio para este novo governo começarem por atacar um dos muitos lobbies instituidos na nossa praça. É verdade que as farmácias não serão um dos lobbies mais poderosos, não é bem o mesmo que atacar os "patos bravos" da construção civil ou as gasolineiras, mas parece-me um bom sinal para a navegação futura.
Quanto à medida em si, parece-me algo perfeitamente sem espinhas. Tirando as criticas esvaziadas de conteúdo dos farmacêuticos, que naturalmente ficaram todos lixados por lhes tirarem a galinha dos ovos de ouro da capoeira, ninguém em seu perfeito juízo é contra uma medida destas. Senão vejam bem os argumentos contra:

-dizem que pode ser perigoso porque as pessoas vão começar a automedicar-se que nem doidas
Por um lado, a muito tempo que as pessoas se automedicam e nunca vi nenhum farmacêutico a evitar isso acontecer... a menos que consideremos os preços barbaros que eles praticam um exemplo de medida preventiva (e.g. eu paguei 8 euros pelo cêgripe e pela mebocaína, devem mas é estar-se a passar!)
Por outro lado, este argumento baseia-se num principio que pessoalmente repudio: "os portugueses são tão estupidos que se não tiverem uma autoridade a controla-los vão todos encher-se de aspirinas até à morte". Se assim é, porque é que podemos comprar os medicamentos sem receita médica? E porque é que os médicos e farmacêuticos são mais espertos do que o resto da população?
Finalmente, deixem-me dizer que se alguém realmente quiser encher-se de aspirinas até à morte, está no seu direito. Vivemos num estado livre!

-também dizem... dizem que... é porque... Quais sao mesmo os outros argumentos? Aquilo da falta de ética profissional de um farmacêutico a trabalhar num hipermercado conta como argumento? Eu diria que não.

Venham os medicamentos de venda livre! Também, com tanto produto altamente tóxico e letal à venda no hipermercado (batatas fritas com acrilamida, lexivias várias, anticongelantes, liquído de radiador, facas de cozinha, livros da Margarida Rebelo Pinto, etc.), quem é que se vai matar com medicamentos!!?!

No inicío tudo era negro e vazio...

... e depois fez-se luz!

Acho que já li isto em algum lado, mas o blog tinha de começar por algum lado. Quem ler isto, não pense que este vai ser mais um blog fascizóide cheio de citações biblicas e nulidades afins. Pretende antes ser um espaço aberto às ideias e ideais, às criticas e denuncias, aos elogios e devaneios.