quarta-feira, setembro 30, 2009

E pur si muove 2


Uma pessoa lê os estudos e ouve falar dos dados sobre alterações climáticas, mas eles tornam-se muito mais reais quando nos saíem do nosso próprio trabalho.
Estavamos interessados em compreender como a amenização do clima aqui na Holanda, na Primavera, afecta a temporização da epoca de reprodução das aves migratórias. Obtivemos dados do centro nacional de meteorologia da Holanda, relativos às temperaturas médias. Eis o resltado:
A temperatura média do mês de Maio subiu em média, entre 1976 e 2007, 0.06ºC por ano. Ou seja, 0.6ºC por década. Ou seja, caso a tendência se mantenha, 6ºC por século!!!
Não tenho aqui os dados exactos pois é uma colega minha que está a fazer as analises, mas sei que as variações durante os restantes meses da primavera e Inverno são equivalentes. Não temos dados relativos ao Verão e Outono pois essas estações não afectam directamente as nossas aves que migram para latitudes mais meridionais nessa altura.
Ou seja, se o padrão actual se mantiver, as temperaturas médias de Inverno e Primavera na Holanda, que já subiram quase 2ºC, podem subir mais outros 5 ou 6ºC até final deste século. E mais, até entre 1901 e 1975 o padrão de mudança varia em redor de 0, enquanto que durante as três décadas analisadas o aumento foi crescendo, o que sugere que isto seja uma subestimação das verdadeiras subidas em potencia da temperatura nesta parte do globo!

terça-feira, setembro 29, 2009

E pur si muove

Este ano já vamos no... quantos? Terceiro furacão catastrófico? Quarto? Já lhes perdi a conta. Curioso que todos os modelos climáticos de aquecimento global prevêm um aumento da frequência e gravidade de tempestades, mas deve ser coincidência.
Este ano pela primeira vez foram detectadas emissões de metano no Oceano Arctico, uma das "consequências altamente improváveis do aquecimento global" como alguém lhes chamou, mas deve ser também coincidência.

Devemos antes continuar a acreditar que as flutuações no clima global são aleatórias e totalmente independentes do aumento brutal na concentração de dioxido de carbono e metano na atmosfera.
Devemos acreditar que o importante é continuar a consumir o máximo possível, para ajudar a economia. A viajar o máximo possível de avião para ajudar a economia. A esbanjar energia porque é bom para a economia. Porque é óbvio que o que é mesmo importante é manter para todo o sempre uma variação positiva dos indicadores económicos, mesmo que isso seja tecnicamente impossível num mundo que tem recursos finitos.

Sim, vamos continuar a brincar com o fogo. Vamos continuar com a irresponsabilidade e acima de todo esbanjar o que temos enquanto o temos, e que se lixem com F grande os desgraçados que venham a viver neste planeta daqui a 20 ou 30 anos...

Esperem lá... mas daaqui a 20 ou 30 anos ainda vamos ser nós... Afinal quem é que vai lixar?

É melhor nem pensar nessas coisas e continuar a fazer de conta que está tudo bem... e pur si muove.

terça-feira, setembro 15, 2009

Os vira-casacas

Antes de mais nada gostaria de dizer que já votei, e não votei nem em branco, nem nulo. Como eleitor do círculo da Europa, já fiz o meu voto por correspondência que espero chegará a Portugal a tempo de ser contado.
Virando então para o tema vira-casacas, gostaria só de partilhar com os eventuais (e)leitores um padrão que notei recentemente. O PSD é um partido de vira-casacas, de gente que tem por hábitos voltar atrás sistemáticamente nas suas decisões, sem respeito nem consideração pelas consequências dos seus actos. E não me refiro sequer ao facto de metade deles terem começado no MRPP...

Há seis anos atrás, Durão Barroso demontrou ser o vira-casaca-mor, ao voltar as costas aos votos de milhões de portugueses para abandonar o seu cargo como Primeiro Ministro da nação e abraçar, qual puta política, um cargo na União Europeia, que obviamente lhe acenava muito mais dinheiro e relevo internacional. Para seguir os seus objectivos pessoais deixou o país nas mãos de Santana Lopes, de longe o pior Primeiro Ministro que Portugal alguma vez teve e, suspeito, alguma vez terá. E ainda damos todos graças à presiência de Jorge Sampaio que teve o bom tom e a coragem de despedir esse senhor e levar o país para eleições antecipadas.
Volvidos seis anos, o partido mudou de líder, mas não de costumes e vemos uma Manuela Ferreira Lopes, claramente em fase de desespero e incapaz de convencer os portugueses, a acenar com medidas fortes, corajosas, contra, claro, os nossos grandes inimigos históricos, os espanhóis. A senhora defende que se acabe com o TGV porque os espanhóis não mandam em nós. Esquecendo-se claro, que hoje em dia pertencemos a uma União Europeia, que a Espanha é hoje o nosso mais importante parceiro externo e, acima de tudo, virando a casaca a um acordo que ela própria assinou com o governo Espanhol quando era ministra de Durão Barroso, sem se aperceber sequer que quem mais tem a perder com o fim do TGV é portugal e não Espanha, não só em termos de fundos europeus mas também porque para eles a ligação Madrid-Lisboa é secundária estando já completas as muito mais importantes ligações Madrid-Barcelona (que este ano registou já mais passageiros do que as ligações aéreas equivalentes) e sobretudo as ligações de alta velocidade com França e o resto da Europa.
Sem o TGV em Lisboa quem mais perde será Portugal, perdendo fundos estruturais e uma ligação à Europa cuja ausência nos empurrará ainda mais para um papel secundário de país de canto. Sobretudo agora, que tandos países da Europa Central e com acesso fácil e de boa qualidade ao resto da União Europeia se juntem à União e facilmente ultrapassarão a nossa nação.
Espero que os portugueses tenham o bom censo de manter os vira-casacas longe do governo. Se isso não acontecer, resta-me a satisfação de viver, de momento, fora de Portugal!

quarta-feira, setembro 02, 2009

Falhar não é uma opção


Os responsáveis governamentais “não podem continuar a aumentar as emissões (de gases com efeito de estufa, GEE) e esperar que um milagre as faça cair 80 por cento em 2050!”, disse ontem Rajendra Pachauri, presidente do IPCC (Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas), a cem dias do início da conferência de Copenhaga, que ambiciona chegar a acordo sobre o sucessor do Protocolo de Quioto.

“O que é verdade é que hoje não há nenhum sinal de progresso significativo”, lamentou, numa entrevista telefónica à AFP, o economista indiano que recebeu o Prémio Nobel da Paz 2007 com o vice-Presidente norte-americano Al Gore pelo seu papel no combate às alterações climáticas. “É, sem dúvida, uma decepção”.

Este especialista em questões de energia apela aos dirigentes do planeta para agirem depressa a fim de travar o aquecimento global em curso.

“As conclusões do IPCC são muito claras: para limitar o aumento da temperatura a 2ºC, devemos garantir que as emissões (mundiais) comecem a baixar depois de um pico em 2015”, lembrou. Mas “tenho a sensação de que os dirigentes (do G8) que reconheceram esse objectivo não o integraram verdadeiramente...”.

Metas defendidas por cientistas fora de alcance

Um olhar mais atento às metas já anunciadas pelos principais países desenvolvidos mostra que o objectivo de redução das emissões de GEE – de 25 a 40 por cento até 2020, em relação a 1990 – defendido pelos cientistas parece, neste momento, estar fora de alcance.

A União Europeia comprometeu-se com uma redução de 20 por cento das suas emissões – 30 por cento em caso de um maior compromisso internacional – mas as posições norte-americana (cerca de seis por cento de redução) e japonesa (oito por cento) estão longe dessa meta.

“Em relação ao que foi debatido em Bali (em Dezembro de 2007), é um passo atrás”, denunciou Pachauri.

Sobre a conferência de Copenhaga, em Dezembro, Pachauri alertou contra a tentação de chegar a um acordo a qualquer preço. “A ausência de acordo é, provavelmente, preferível a um acordo fraco”, considerou.

Conselho da Europa lança campanha pan-europeia Novo Acordo da Terra

Sensibilizar os responsáveis políticos para a necessidade de um acordo em Copenhaga é o objectivo da campanha Novo Acordo da Terra (New Earth Deal), lançada hoje pelo Conselho da Europa, em Londres.

O relator para as alterações climáticas no Conselho da Europa, o antigo deputado britânico e vice-primeiro-ministro John Prescott, apelou aos países ricos para aumentarem as suas metas de redução de emissões. “As alterações climáticas que vivemos por todo o mundo foram causadas pelos países ricos. Eles devem reconhecer agora o princípio central de que o poluidor paga”.

No entanto, Prescott reconhece que “conseguir um acordo em Copenhaga será dez vezes mais difícil do que o Protocolo de Quioto”.

A campanha defende responsabilidades diferenciadas e quer colocar no centro do acordo climático a redução da pobreza e justiça social.

O fracasso não é uma opção em Copenhaga”, concluiu.


in Publico (28-8-2009)

terça-feira, setembro 01, 2009

Jesus é grande...

Pelo menos nas próximas duas semanas e antes que algum gajo de preto ou de cores florescente de apito nos beiços nos estrague a festa, só vos tenho a dizer:
Ninguém pára o Benfica, Olé Oh