domingo, abril 27, 2008

Não gosto de ver futebol com gajas…

Antes de explorar o assunto, convém esclarecer desde já que aprecio, e muito, a companhia das ditas. Aliás há duas fortes razões para esse meu apreço e ambas se localizam aproximadamente um palmo abaixo do rosto delas… Não, estou a brincar, há um terceiro motivo, a companhia delas é simplesmente agradável, como que um bálsamo neste mundo tresloucado. Diz a ciência que eu padeço de algo chamado heterossexualidade, algo que nos faz ter uma preferência pelo sexo oposto. É esta questão do “oposto” que depois trás tantas chatices… Mas enfim, gosto bastante de ser como sou e todas as três razões antes referidas continuam válidas neste ponto!

Depois deste longo parêntesis, ataquemos então o âmago da questão. Não gosto de ver futebol com gajas. Porquê? É muito simples, por causa do Cristiano Ronaldo. Aproveito para abrir aqui um novo parêntesis, aliás antes do segundo, um terceiro, tenho um bocado a mania de exagerar o número de parêntesis que abro em cada texto. Mas o que o segundo parêntesis queria dizer é que admiro os dotes futebolísticos do Cristiano Ronaldo, gosto de ver aquelas jogadas de génio com que o miúdo maltrata os defesas adversários e gosto muito do agradável hábito que ele tem de se fartar de marcar golos ao serviço da selecção nacional. O problema é que noto por vezes, quando assisto a um jogo da selecção na companhia de mulheres, que elas sofrem de dislexia futebolística. Ora vou passar a explicar. Os pontos de interesse do Cristiano Ronaldo são o que ele faz com a bola com as porções do corpo dele localizadas essencialmente abaixo dos tornozelos e acima da testa, e acaba aqui aquilo que interessa a um homem no Cristiano Ronaldo. Já as mulheres tendem a interessar-se sobretudo por tudo o que o rapaz tem entre a testa e os tornozelos, e dir-se-ia mesmo que dispensam a presença de uma bola de futebol para apreciarem olhar para ele. Absurdo!

Mas até aqui até estaria tudo bem, se elas se coibissem de fazer comentários sobre as tais partes do corpo dele que ficam entre a testa e os tornozelos, em que, para ser sincero, nunca reparei com atenção. Compreendam uma coisa, os comentários que eu quero ouvir durante um jogo de futebol referem-se a: opiniões a cerca do aspecto e ramo profissional da mãe do árbitro, comentários semelhantes a cerca das mães dos jogadores e equipas técnicas das equipas adversárias, referências à injustiça das decisões da equipa de arbitragem no que se refere à marcação de faltas, foras de jogo e, acima de tudo, penaltis contra a minha equipa, comentários embevecidos sobre jogadas e golos magistrais dos jogadores da equipa que estou a apoiar e, finalmente, toda e qualquer referência ao facto óbvio e inquestionável de o Benfica ser a melhor equipa do mundo e, provavelmente, do Universo. Tudo o que esteja for deste âmbito e, acima de tudo, todo e qualquer comentário sobre as pernas, braços, peito e afins partes supérfluas do corpo do Cristiano Ronaldo estragam toda a experiência de assistir a um jogo de futebol.

Porquê? Não, não é uma questão de inveja. É antes pena de um jovem na flor da idade. É óbvio, para mim, que eu sou muitíssimo mais atraente do que o Cristiano Ronaldo, assim, tendo o bem dele como interesse máximo, acho infelizes todos esses comentários que, a algum dia chegarem aos ouvidos dele o poderão induzir em erro acerca da opinião que as mulheres têm dele, com consequências catastróficas para o seu futuro como jogador chave da selecção nacional. E tenho dito.

terça-feira, abril 22, 2008

A outra inevitabilidade do ser

Finalmente decidi ser "A insustentável leveza do ser", livro cujo título, como é óbvio, ajudou a inspirar o nome deste blog. Por acaso, ou na verdade porque estou na Holanda, estou a ler o livro na versão inglesa. Ora eis a escandalosa verdade, o título em português está mal traduzido!!!!
Quer dizer, como o original foi escrito no checo natal do Milan Kundera, também é possível que seja o título inglês que esteja errado, mas pelo que li do livro, a versão inglesa parece-me fazer mais sentido.
O título inglês é "The unbearable lightness of beeing". Notaram a diferença? The unbearable lightness of beeing traduz-se em português como A inevitável leveza de ser. Pode parecer pouco, mas a diferença no artigo altera radicalmente o significado da frase.
A inevitável leveza do ser reporta a um indivíduo, um ser em particular, que posso ser eu, o leitor, pode ser ele, o escritor, podemos ser todos nós, mas individualmente. Já a inevitável leveza de ser reporta à existência, ao conceito de existir, ao sentido d estar vivo, em ultima análise ao sentido da vida. É toda a existência que é insustentavelmente leve, não apenas a existência de um indivíduo particular.
Mas de uma forma ou de outra, é um excelente livro. Até agora já me ensinou uma coisa, algo que eu não sabia. A palavra latina pasio, que em português originou paixão, significa em latim sofrer. Não é uma perfeita definição de paixão? A paixão é como uma doença que se sofre, como uma droga que nos agarra, que queremos mais e mais e depois nos deixa de rastos quando nos falta. Paixão não tem nada que ver com amor, são coisas diferenças. O amor pode começar na paixão, mas continua no tempo, indefinidamente. E pelos vistos os antigos romanos percebiam isso melhor do que nós...

sexta-feira, abril 18, 2008

Songs of Our Lives - X

Uma boa musiquinha para ouvir enquanto guiamos no trânsito de Lisboa. Carregar no acelerador ao ritmo do baixo... ouvir "Fuck you I wont do what you tell me... Motherfucker" enqunto chamamos o mesmo em português ao imbecil que vai a pastelar à nossa frente. Maravilha!

terça-feira, abril 08, 2008

Songs of Our Lives - IX

De cada vez que ouço esta músico tenho esta fantasia: eu, de águia ao peito, pois claro, com a mais bela camisola encarnada do mundo, num relvado verde luxuriante de um campo de futebol, as bancadas ao rubro vibram numa festa em tons vermelhos e brancos, os flashes piscam por todo o lado. Então um momento de silêncio solene cala todo o estádio. Eu levanto a taça dourada, a música começa a tocar, e a mais bela forma de loucura toma de assalto todo o estádio...

quinta-feira, abril 03, 2008

E uma ovelha nasceu

Hoje assisti ao nascimento de uma ovelha! Aliás, de duas, que se juntaram aos seus sete irmãos e irmãs que já tinham nascido antes. Não consigo explicar porque, mas achei aqui aquilo maravilhoso. Sei que isto vai parecer conversa misticista, mas ver as ovelhitas virem ao mundo encheu-me assim de uma sensação de paz infinita, como se no meio de todo este mundo em que nada faz sentido e tão pouco corre bem, ali naquele curral mal-cheiroso, por uns segundo tudo estivesse perfeito. Podem crer que fez valer o meu dia.