sexta-feira, dezembro 31, 2010

Vamos enterrar 2010

Chegou a hora. O Kiribati já está a celebrar o ano novo, o Auld Lang Syne toca em em milhentas versões, quase tantas quantas as línguas faladas num planeta azul cada vez mais acinzentado. 2010 foi um ano miserável. Começou com terramotos e outras catastrofes catastróficas, continuou com mais do mesmo, na forma de decisões dos nossos governantes. Chegado ao fim, só nos resta enterra-lo. Enterra-lo bem fundo, esquecer que este ano sequer aconteceu, e acreditar que 2011, apesar de todos os prognósticos em contrário, poderá ser um ano melhor que este.
Let's burry it!

auld lang syne

quarta-feira, dezembro 29, 2010

A globalização do pimba Sueco

Já alguém reparou que as notas iniciais do "Mamma Mia" dos Abba tanto parece encaixar numa música do hip-hop mais negro, como na abertura de qualquer sucesso das muito portuguesas Doce?
Se não ouçam só:


É inquietante como o pimba sueco pode influenciar tanto o futuro da musica no planeta. E já nem falo nos infinitos samples de músicas dos Abba em músicos que vão da Lady Gaga e da Madonna aos mais sérios rockers. Parece que até no pimba a Suécia está muito à frente de Portugal... mas estou a ser injusto, estou apegar por algo que é particularmente mau em Portugal, e particularmente bom na Suécia!

terça-feira, dezembro 28, 2010

London Calling

Corria o ano de 1979 quando os the Clash lançaram "London Caling" uma música sobre os problemas sociais e ambientais da época, que incluíam o recente acidente nuclear de Three Mile Island, nos Estados Unidos, e os crescentes conflitos raciais e desemprego no Reino Unido. Na verdade isso não interessa nada, só coloquei aqui esta música porque nesta semana senti fortemente esse chamamento de Londres e decidi ir até lá passar a passagem de ano. Vai ser uma visita relâmpago de dois dias em que tentaremos ver o máximo possíve da cidade e dizer um sentido adeus e até nunca mais a 2010!

domingo, dezembro 26, 2010

Piscares de Olho - XVII

Geralmente, para fotografar aves como deve de ser é necessário material de qualidade. Boas máquinas, teleobjectivas potentes, duplicadores, etc. A alternativa são fotografias de pequenos pontinhos. Ainda assim, por vezes uma fotografia pode saír bem sem esse arsenal todo. Neste caso, os três pilritos que fotografei estão bem pequenos, mas a salina onde estavam ofereceu esta água calma e azul que funcionou muito bem como fundo, e deu o bónus dos reflexos que acrescenta muito interesse à foto. Tratam-se de três pilritos-comuns, pequenas aves limícolas que se vêm em Portugal durante o Inverno. estes três estavam numa salina do complexo de Vasa-Sacos, no estuário do Tejo, no já longínquo ano de 2005.

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Ricky Gervais

Num blog estritamente não religioso como este, irei abdicar de qualquer menção à época natalícia, isso porque não faço aqui qualquer menção ao ramadhan do islão, ao yom kippur dos judeus, ao diwali dos sikhs, ao uposatha dos budistas ou ao navrati dos hindus. Só para dar alguns exemplos. Prefiro antes celebrar a racionalidade e a iluminação intelectual do ateísmo com este excelente monólogo do Ricky Gervais:


Se houvessem mais católicos a ler a Bíblia, talvez houvessem menos católicos no Mundo, talvez até um dia pudéssemos ter uma sociedade pacífica, liberal, democrática, justa e equalitária... Noutras palavras, o mundo sem religião sonhado pelo John Lennon, em que nos preocupávamos em resolver os nossos problemas em vez de passar a vida a perseguir fadas, santos, fantasmas, deuses, anjos, espíritos e afins!

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Música portuguesa

Portugal pode ter muitos defeitos. Posso começar pela classe política, corrupta e falsa, pelo povo auto-reprimido que gosta de votar/amar quem lhes bate mais, pelos empresários gulosos e de vistas curtas, ou pelo negativismo como principal religião nacional.
São coisas que nos prendem, que nos impedem de atingir aquilo de que realmente somos capazes. Foi sempre assim, ao longo da história, um povo esquizofrénio e bipolar, que foi sempre o seu próprio principal inimigo, um povo que soube estar frequentemente na vanguarda, mas que voltou sempre com demasiada facilidade à existência inutil de quem não sabe defender os seus direitos.

Podia escrever parágrafos e parágrafos sobre aquilo que podia estar melhor, mas hoje quero antes falar sobre algo em que somos bons, uma área que se mantém fértil em agradável novidades e em nomes feitos que merecem a devida reverência. Estou a falar da música nacional.
A música portuguesa é (felizmente) muito mais do que fado. Aliás, o fado não é sequer uma das suas vertentes mais interessantes, é antes, na minha opinião, uma faceta da música portuguesa que só atingiu o relevo que tem hoje através da sua cuidada glorificação pelo regime fascista de Salazar. Porque a música portuguesa é muito mais do que o lamento de coitadinhos do fadista, essa expressão tão pobre de definhamento nacional tão ao jeito das necessidades de governação e de exploração do povo da direita. Não quero com isto dizer que todo o fado é mau, muito pelo contrário. Tivemos e temos grandes fadistas e o fado teve um papel importantíssimo na divulgação de alguns dos nossos maiores poetas. Mas a música portuguesa é também alegria, é contestação, é animação.
Artistas como Sérgio Godinho ou Zeca Afonso dificilmente encontram rival mesmo além fronteiras. Não só a sua música, mas a sua atitude e rectidão foram e são exemplos para gerações inteiras. O rock português é riquíssimo em artistas que não se limitaram a copiar o que se fazia lá fora, e o pop nacional foi sendo polvilhado por nomes que, caso tivessem nascido noutro país ou cantado noutras línguas, teriam sido relevantes a nível mundial. Estou a falar de gente como Rui Veloso ou os Xutos e Pontapés, mas também dos Trovante, dos UHF, do António Variações, e mais recentemente dos Ornatos violetas ou dos Clã. A música portuguêsa acompanhou a evolução lá de fora e surgiu o hip-hop, com os Da Weasel a fazerem uma intrepretação muito portuguesa e interessante do género. A vertente mais africana do nosso passado colonial originou fenómenos com algum sucesso internacional como Sara Tavares ou os Buraka Som Sistema. Mais que todos estes, quem me motivou a escrever este texto foram algumas bandas recentes que me têm impressionado e muito pela positiva. Bandas que inovam mas se mantém fieis ao estilo muito particular dos bons músicos nacionais. Estou a falar sobretudo dos Deolinda, dos Virgem Suta, dos Diabo na Cruz e dos OrqueStrada. Existem outros mais, mas este quatro são os que mais me têm agradado ao ouvido ultimamente.
Finalmente, gostaria só de notar que esses programas televisivos de talentos, que parecem aparecer como cogumelos numa floresta húmida, pouco ou nada têm trazido de bom ao panorama musical português. São antes fábricas de falsos talentos, que atingem a fama por aparecerem na TV, muito antes de terem demonstrado o que quer que seja em termos musicais. Distraem o público daqueles que realmente merecem, e podem estar a criar toda uma geração de ouvintes de música que não sabe apreciar qualidade por estarem sobre constatemente bombardeio de música de fraquíssima qualidade que lhes é acenada como sendo boa...

domingo, dezembro 19, 2010

Piscares de Olho - XVI

Hoje o meu olho piscou em frente a uma imagem do Oceano Atlàntico junto ao Cabo Sardão, no sudoeste Alentejano. Agora que estamos a beira de entrar no inverno, na altura em que os dias diminuem até ao ponto em que o Sol radioso do nosso país parece ter feitos as malas e partido para parte incerta, trago-vos uma imagem de um solarengo dia de Verão. O mar parece perigosamente apetitoso, e a paisagem é esplendorosa. Fica aqui este piscar de olho para nos recordar a todos que, por mais frio que seja o Inverno, segue-se-lhe sempre uma Primavera e um Verão.
Agora seria bom que esta frase pudesse ser metafórica para os destinos do nosso país... mas aí não tenho tanta certeza da sequencia das estações. Os nossos governantes parecem esforçar-se por nos oferecer um Inverno eterno e, por incrível que pareça, 60% dos eleitores deste país preparam-se para lhes confirmar que é realmente o In(f/v)erno cavaquista que desejam para o nosso futuro próximo!

sexta-feira, dezembro 17, 2010

Abertura fácil...

Porque razão é que a esmagadora maioria das embalagem com sistema de abertura fácil são de abertura difícil?

domingo, dezembro 12, 2010

Piscares de Olho - XV

Esta borboleta é uma borboleta-monarca. Estas borboletas ocorrem sobretudo na América do Norte, mas podem visitar ocasionalmente a ilha da Madeira, local onde tirei esta fotografia à já alguns anos.
As borboletas-monarcas Danaus plexippus são famosas pelas migrações épicas realiadas por esta espécie. A migração dura três gerações, ou seja, a borboletas que regressam ao ponto de partida são netas das borboletas que iniciaram a viagem, uma longa viagem que as leva desde o norte dos Estados Unidos e Sul do Canadá, até à América Central, e novamente de volta ao norte da América do Norte.

sábado, dezembro 11, 2010

EuroMilhões

Se, tal como eu, estam na casa dos 30, vivem de empregos precários e à beira da miséria, são demasiado habilitados para ter um futuro neste país de terceiro mundo em que Portugal se está a tornar e não têm qualquer prespectiva de um futuro estável e de reunir as condições mínimas para formar uma família, recomendo vivamente que vejam este filme:
Talvez a solução seja essa, partir, sem destino, vaguear durante uns tempos por este mundo até encontrar algo que se torne, ou tenha ao menos a esperança de se poder tornar, num verdadeiro lar. Enquanto estão em Portugal, recomendo que joguem no EuroMilhões, a probabilidade de ganhar é de 1/18306086400, ainda assim substancialmente superior à chance de encontrar um emprego estável nesta pátria que, dia após dia, faz os heróis do passado mitológico, os Gamas, os Camões e os Cabrais, os Magalhães, os Albuquerques e os Dias, dar voltas e reviravoltas nos seus tumulos de orgulho pátrio!

sexta-feira, dezembro 10, 2010

Memórias de uma adolescência distante

NÃO pretendo gabar-me, mas a verdade é que percebi tudo sobre o futebol português no dia 21 de Setembro de 1994. Disputavam-se os últimos cinco minutos da segunda mão da final da Supertaça, no Estádio das Antas. Quem marcasse, ganhava. E o Benfica marcou. Custou um bocadinho, mas marcou. Lembro-me como se fosse hoje: Carlos Secretário, um especialista a fazer assistências para os adversários, isola de forma brilhante César Brito. César Brito remata para excelente defesa com as mãos de Baía, que se encontra dois metros fora da grande área. O árbitro, sr. Donato Ramos, observa rigorosamente a lei que se aplica em jogos no Estádio das Antas e manda seguir. Por sorte, a bola sobra para um jogador do Benfica chamado Amaral. Amaral chuta e José Carlos, defesa-central do FC Porto, introduz a bola na própria baliza. Golo. Nisto, o árbitro auxiliar, que naquela altura ainda se chamava bandeirinha, levanta a dita. No momento em que o jogador do FC Porto marca o autogolo, há um jogador do Benfica, a uns 15 ou 20 metros de distância, que está em fora-de-jogo posicional. Inteligentemente, Baía tinha saído da grande área para defender com as mãos o remate de César Brito, deixando depois este último em posição irregular. Golo anulado.

Ricardo Araújo Pereira in "A Chama Imensa"


Curiosamente, havia um vídeo no youtube com esta cena digna das melhores comédias de Hollywood, ou das melhores arbitragens do Estádio das Antas, mas foi removido por conflito com a Sportinveste Multimédia SA. Mas não à problema, quem quiser ver cenas semelhantes só tem de sintonizar semanalmente os jogos de um clube do Porto que tem à mais de 20 anos todos os árbitros portuuêses no bolso! Ainda no domingo a comédia foi do mesmo nível...

quarta-feira, dezembro 08, 2010

Violência doméstica

Um dia, durante um concerto, Eddie Vedder explicou que esta música era dedicada à sua mãe e ao filho da p**a com quem ela se tinha casado. Betterman fala sobre uma mulher que vai suportando um casamento miserável, porque não consegue arranjar um homem melhor e prefere o actual marido à solidão. Ao ver as sondagens para as presidenciais, parece-me que o povo português sofre do mesmo problema. Temos um presidente miserável, mas parecemos preparados para continuar com ele porque achamos que não conseguimos arranjar melhor.
Tal como nos casamentos miseráveis, muitas vezes o que falta não é a sorte de encontrar alguém melhor, mas a coragem para assumir a derrota e começar de novo. O eleitorado português precisa de parar de se comportar como uma vitima de violência doméstica (que realmente somos, temos levado porrada todos os dias nos últimos 2 anos), tem de ganhar coragem, identificar o mal que nos assola, e dar o passo em frente. Quando chegar o dia das presidenciais, votem em quem quiserem, mas não votem no Cavaco! Parem hoje mesmo se ser uma vítima de violência doméstica e tomem controlo das vossas vidas!

terça-feira, dezembro 07, 2010

O fim da família?

Não é curioso que a direita trauliteira, aquela direita trauliteira que luta de garras e dentes contra o casamento homosexual e contra a liberalização do aborto, tudo em defesa da família e do seu papel central na civilização ocidental, é a mesma direita trauliteira que assinou por decreto o fim desse mesmo conceito de família ao advogar o neo-liberalismo económico mais selvagem, acabando com a estabilidade laboral, com a justiça social e, pior ainda, defendendo com as mesmas unhas e dentes o conceito de deslocalização do trabalhador que destroi definitivamente o tal conceito de família central ao paradigma social do Ocidente.
Já agora, vale a pena pensar nisto...

segunda-feira, dezembro 06, 2010

Outro planeta?

Olho para Portugal e as únicas coisas que nos parecem esperar são o desemprego e a miséria. Olho para o resto da Europa e o panorama não é muito melhor... Olho para o resto do mundo e entre guerras, fome e miséria, desastres naturais e efeitos do aquecimento global, não parece haver nenhum refúgio realmente seguro e nenhuma prespectiva de um bom futuro. É nestas alturas que me sinto feliz por ainda não ter filhos.
A única solução parece ser emigrar para outro planeta...

domingo, dezembro 05, 2010

Piscares de Olho - XIV

No piscar de olho desta semana, apresento-vos uma fotografia algo etérea do meu amigo Bispo durante uma visita à igreja de S. Francisco em Évora. Como podem ver pela indumentária ele não é um bispo, é originário do Brasil, o único país do mundo onde um casal daria o nome de Marcelo Bispo de Jesus a uma criança. O Bispo estava de visita a Portugal e estava a apreciar o efeito dos vitrais que decoram algumas das janelas da igreja, eu aproveitei o efeito da luz que atravessava esses vitrais para tirar esta fotorafia de coloração psicadélica.

sexta-feira, dezembro 03, 2010

O grande três zero...

Não, não estou a falar de futebol, são mesmo 30 os anos que faço hoje. Estou oficialmente a ficar decrépito, mas vou continuar a enganar-me com as tretas do costume, de que a vida só começa realmente aos 30 e isso!
Na verdade, não se está nada mal com 3 décadas ás costas!!!

quinta-feira, dezembro 02, 2010

Extinção

Extinção é uma palavra pesada. A extinção é como a morte, mas multiplicada por toda uma espécie. É o fim de toda uma realidade. Mas, tal como a morte, a extinção é um fenómeno perfeitamente natural, uma parte da história da vida. O único problema é que a humanidade multiplicou por mil a taxa de extinção das espécies que habitam o planeta.
O nosso consumo incessante dos recursos naturais do planeta tem levado a vida no planeta a entram numa crise só comparável ás grandes extinções em massa do passado, causadas por embates de meteoritos ou por grandes fenómenos vulcanico-tectónicos. Uma por uma, as espécies que habitam o planeta estão a desaparecer. Extinção seguida de extinção. Plantas, insectos, aves, mamíferos, até os fungos desaparecem a uma taxa alarmante.
Claro que todos ouvimos falar de espécies que se extiguiram, todos lemos os relatos dos dodós das ilhas mauricias exterminados pelos marinheiros portugueses, muitos já viram as imagens do último lobo-da-Tasmânia que morreu em cativeiro em 1936. Mais assustadores são os números, centenas, milhares de espécies têm-se extinto perante os nossos olhos ao longo dos últimos séculos. Mesmo assim, é dificil compreender o verdadeito significado de extinção.
Algo que me marcou bastante, no que respeita a este tema, foi ter tido o previlégio de ver espécimens de espécies extintas no Museu de História Natural de Amsterdam. Estive nesse museu em 2008, eu e alguns colegas estavamos a estudar a variação da plumagem do maçarico-de-bico-direito, verificamos que a espécie tem vindo a perder a coloração viva que os machos adquirem na época de reprodução, para isso precisavamos de analisar espécimens de museu, para comparar os indivíduos antigos com os modernos. Esse trabalho resultou neste estudo. Na altura fomos recebidos pelo Dr. Roselaar, que fez questão de nos mostrar algumas das preciosidades do museu, demasiado raras para estar presentes em qualquer exposição.
Tivemos a honra de ver a última quagga, uma espécie de zebra que se extingiu no século XIX, tendo o último exemplar morrido no Zoo de Amsterdam e sido preservado pelos taxidermistas do museu.
Vimos também um exemplar montado de arau-gigante, a ave que deu origem ao nome pinguim, apesar de não ser sequer um parente dos pinguins. Esta espécie também se extingiu no século XIX epoucos museus preservaram exemplares.

Ver os exemplares de perto, chegar mesmo a tocar na quagga, deu todo uma nova definição ao que é extinção. aqueles animais estavam ali, empalhados claro, mas já não existem. Foram eliminados, toda a sua espécie extinta pela forma egoísta e suicída como abusamos do único planeta de que dispomos para viver. A extinção é para sempre...

quarta-feira, dezembro 01, 2010

Chuva de sapos

Não sei se se trata de uma moda nova, ou de um fenómeno exclusivamente Alentejano, mas ultimamente vejo um sapo de porcelana em quase todas as lojas em que entro. Ele são os cafés no centro de Évora, nos supermercados e hipermercados, até nas bombas de gasolina. O mais surpreendente é que não se trata exclusivamente de uma questão de mau gosto, os sapos cumprem uma função profundamente xenófoba.
Ao que parece, a comunidade cigana tem um preconceito contra os sapos. O sapo é considerado pelos ciganos como símbolo de azar e discórdia e é uma superstição levada muito a sério. Para o povo cigano, o sapo simboliza o mal, trazendo o azar e infelicidade às famílias. Assim, os logistas e donos de café, pelo menos aqui no interior Alentejano, colocam sapos nas suas lojas e cafés porque preferem que os ciganos não entrem nas suas lojas.
Para além de uma descomunal demostração de xenofobia, este tema levanta algumas questões. Será que a PT usou a mesma estratégia ao criar a marca "sapo"? Nas feiras não existem carrinhos em forma de sapo? Porque razão o Sarkozy não começou ainda a construir enormes estátuas de sapos nas fronteiras francesas? E, finalmente, será que os adversários das equipas onde joga o Quaresma ainda não perceberam que o podem neutralizar com uma faixa por trás da baliza com um enorme sapo desenhado?
Agora a sério, parece-me assustador que as pessoas sejam assim tão xenófobas... será que este é um fenómeno apenas Alentejano ou está espalhado por todo o país, ou até internacional? Alguém me sabe responder a esta questão?