domingo, outubro 16, 2005

A pinta azul no oceano escuro


Se a Terra tivesse apenas alguns metros de diâmetro e flutuasse poucos metros acima de um campo, localizado algures, as pessoas certamente iriam ali para a admirar. Andariam à sua volta, maravilhando-se com os grandes lagos, com as pequenas lagoas e com a água que corria pelo meio. Maravilhar-se-iam com as elevações e com as depressões. Ficariam também maravilhadas com a fina camada de gás que a envolve e com as partículas de água nela suspensas. Ficariamassombradas com todas as criaturas que se deslocam na superfície da esfera e com todas as existentes na água. Declará-la-iam sagrada por ser única e, assim, teriam de a proteger para que não se danificasse. Essa esfera constituiria o maior prodígio conhecido e as pessoas iriam lá para orar, para sarar, para ganhar sabedoria, para conhecer a beleza e para imaginar como teria acontecido. Seria amada pelas pessoas e defendida com as suas vidas pois, intuitivamente, saberiam que as suas vidas nada eram sem ela. Se a Terra apenas tivesse poucos metros de diâmetro.
Joe Miller
(artista norte-americano)



Lembro-me de ter lido este texto pela primeira vez, tinha eu uns quinze anos. Pensei na altura, como continuo a pensar agora, que este texto deveria ser leitura obrigatória em todos os curriculos escolares! No fundo, é uma forma poética de dizer às pessoas para se chegarem atrás e olharem para a big picture. Quando fazemos isso, em geral, percebemos porque é que antes não entendiamos aquilo que, de tanto desejar perceber, olhavamos de tão perto que não conseguimos descortinar...

10 comentários:

Ju disse...

Tou ctg Pedro!
É um mal comum. Mas no fim a Natureza vai ganhar, n´so é que não estaremos cá para ver o fim desta batalha...

Ana Elias disse...

Exponho aqui uma dúvida existencial aos ambientalistas, que me surgiu hoje de manhã: Devo embrulhar as bolachas que mando para o lanche do miúdo em papel metalizado, ou colocá-las numa caixa de plástico que tenho que lavar diáriamente usando água e detergente?

Lá em casa fazemos compostagem de lixos orgânicos para depois usar para adubar a terra. À conta da compostagem temos a viver connosco milhares de formigas cada vez mais gordas... mas não me importo nada. Fico preocupada com o que será dos meus netos se nunca tiverem oportunidade ver o fundo do mar à transparência....

Unknown disse...

Acho que se o papel metalizado for posto no lixo na parte das mebalagens, pode ser reciclado (nao sei se em Portugal isso é eito, mas acho que tecnicamente é perfeitamente viável), portanto é capaz de ser melhor.
Mas eu não percebo nada do assunto, sou só um simpatizante da causa, como tu!

NoKas disse...

Lotus:

esta questao é mto interessante.

outro dia vi um dilema igual. era acerca da fabricação do biofuel, mto utilizado no brasil, por exemplo. Nós em portugal reciclamos oleos, mas ha paises que os produzem de proposito. a questao é que a sua produção é tão ou mais poluente (pois usa produtos derivados de petroleo, ironico, né?) do que a utilização de gasolina (e afins) pelos carros. Há soluções supostamente ecológicas que temos que averiguar bem para tentar perceber até que ponto são realmente melhores ou so pioram as coisas. Isto so faz lembrar que todos os extremimos (=histerismos) são perigosos. Há que ter conta pesa e medida em todas as nossas atitudes ambientalistas!

Quanto à resposta para este problema em concreto, tenta falar com a quercus ou com alguma associação mais esclarecida/conhecedora. talvez eles saibam.


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Quanto ao texto ... so posso sorrir! :)

Ana Elias disse...

Olha, vou mesmo ligar à querqus.
cá, que seja do meu conhecimento, não existe contentor para mebalagens...

Ju disse...

Papel de prata, acho que ainda não se recicla... mas não tenho a certeza. E é mto mau se for deitado no lixo. É preferível a caixa de plástico, mas não tens que usar detergente sempre que lavas... não têm gordura... Mas isso já vamos discutir hábitos... e aí não me quero meter.

Ana Elias disse...

sabes o que é Ju, é que as bolachas que o Principe leva para o Colégio têm recheio de chocolate (tem bom gosto, o puto), de forma que a caixa fica toda lambuzada. só se lavar com sal. Mas como disse a Nokas há que não radicalizar muito nas cenas do ambiente. Mandei ontem de manhã um mail à quercus e até agora nada. As bolachas foram novamente em papel metalizado!

Filipe disse...

Já agora vou meter-me na discussão :))
Lotus Azul, eu aconselho a mandares as bolachas do puto directamente no pacote em que as compras. Assim tens várias vantagens. 1 - Tens menos trabalho a fazer a merenda. 2 - Vão seladas e o miúdo pode disfrutar do pleno sabor sem perigos de contaminantes. 3 - Pode comer as bolachas que lhe apetecer. 4 - Não tens de lavar a caixa de plástico nem de embrulhar/gastar/perderes o teu tempo a pensar, se podes reciclar o raio do papel de alumínio. E acho que já chega de razões.

Ana Elias disse...

Filipe, a tua solução é a mais sensata e prática. E soluções práticas são sempre bem vindas...
não fosse um petit problema. Os colégios hoje em dia estão cheios de regras. No refeitório do meu lê-se o Seguinte: " As merendas dos meninos devem vir previamente doseadas de casa, na porção adequada as necessidades alimentares de cada criança para cada refeição" - isto inclui inclusivé a quantidade de Nesquik e açucar a por no leite!!! O que traduzido quer dizer mais ou menos isto: Não estamos para aturar birras do seu filho porque ele acha que comer 40 bolachas duma vez é razoável e nós não... por isso trate de nos facilitar a vida...
Posto isto, as preocupações com o ambiente nos dias que correm são um caso bicudo...

Ana Elias disse...

Ponto de situação: A Quercus não respondeu ao meu mail - cagou em mim.
Hoje mandei uma banana para o lanche do miúdo, em vez de bolachas!