segunda-feira, outubro 19, 2009

Aprendi alguma coisa hoje

Um dos meus desportos favoritos é responder a comentário feitos no site do Publico por indivíduos que acreditam na não existência de aquecimento global. Provavelmente é uma perdade tempo, pois ao contrário das pessoas que acreditam que o aquecimento está a ocorrer, que se baseiam em factos científicos e o que na gira se denomina por "hard data", essas outras pessoas baseiam-se numa fé pessoal e na fé de outros que acreditam no mesmo sem o basearem em factos.
Contudo, vi recentemente um argumento convincente por parte de uma dessas pessoas. Eu não sabia, mas trata-se de um facto científico bem estabelecido, e pode ser visto dos dados sobre o gelo marinho, no site do NSIDC (National Snow Ice Data Centre). Enquanto que a extensão de gelo marinho no Arctico está a diminuír de forma acelerada, a uma média de 11% por década desdo o ínicio dos dados detalhados (em 1979), na Antarctida o mesmo não é verdade, sendo a variação na extensão de gelo marinho quase nula, mas com uma ligeira tendência positiva de 0.7% por década no mesmo período.





Fiquei realmente surpreendido com este resultado, pois na Antarctida, tal como no Árctico, as temperaturas estarão a aumentar a um ritmo mais acelerado que no resto do globo. Então fui pesquisar o que se sabia sobre isso. A realidade é bem mais complexa. A Antacrtida é um continente e como tal os seus padrões climáticos são muito mais complexos que no Arctico. Enquanto que na região ocidental o aquecimento do clima está de facto a reduzir a extensão de gelo marinho, na região oriental os regimas climáticos alteraram-se nas últimas décadas, com a deslocação de uma depressão atmosférica que causa tempestades mais severas nessas zona, e a alteração do padrão de ventos, que agora sopram com mais intensidade da direcção Sul, trazendo consigo o ar mais frio do centro do continente Austral, onde se encontram as regiões mais frias do planeta. O mais interessante é que estudos recentes sugerem que a causa para esta alteração climática, com um arrefecimento generalizado desta região oriental Antarctida, é a redução do ozono estratosférico, o bem conhecido "buraco da camada de ozono" que afecta o clima da região. Por outras palavras, a redução na camada de ozono sobre a Antactida está a retardar os efeitos do aquecimento global sobre a região.
Assim, aprendi uma coisa nova hoje. Felizmente hoje em dia a internet disponibiliza toda a informação necessária para compreendermos a realidade do nosso mundo, só nos temos de disponibilizar para a encontrar sem ideias feitas e de mente aberta.
Podemos aprender duas lições com o que escrevi acima. As alterações climáticas são muito mais complexas ainda do que aquilo que imaginamos, e cada vez que afectamos o nosso planeta, ele reagirá de alguma forma, frequentemente imprevisivel. Mas, acima de tudo, que pedaços soltos de informação, se não forem ligados ao resto do nosso conhecimento, não servem certamente de prova para o que quer que seja.

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