Depois de um longo interregno, eis o regresso das quintas-feiras culturais. Não se preocupem, apesar de estar na Holanda a minha aposta continua a ser nos poemas escritos na língua de Camões. Da pena de um dos grandes da nossa língua portuguesa, Eugénio de Andrade, aqui ficam este poema:
É urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugénio de Andrade
2 comentários:
Gosto... É um poema intemporal. Faz sempre sentido... e ajuda-nos a perceber que mudam-se os tempos mas os problemas fundamentais sempre foram os mesmos.
Não tinha pensado no poema por esse prisma, mas sim tens toda a razão.
Enviar um comentário