A minha visita a Rotterdam tinha um motivo, uma ida ao consulado português para renovar o meu passaporte. O consulado fica localizado num prédio como outro qualquer, mais uma edifício de tijolo e janelas brancas, ali à beira do rio Maas, como que a pedir uma lágrima de saudade pelo nosso rio, seja ele o Tejo, o Douro, o Mondego, o Sado, o Guadiana ou outro qualquer (todos os portugueses têm um rio a que chamam seu).
Entro, subo ao primeiro andar e… magia. Tal como a Alice ao passar para o outro lado do espelho, dou comigo noutro mundo, ali, naquele banal prédio de Roterdão, há uma passagem secreta para Portugal. Entro e o choque é imenso, é uma repartição exactamente igual às que conhecemos em Portugal, a máquina das senhas às entrada, o guichet corrido, feio, baixo demais como se tivesse sido construído sob o pressuposto de que todos os portugueses têm de ter 1,60m. Papéis espalhados pelas paredes anunciam prazos, regras laborais, certificados necessários para isto e para aquilo, recenseamento eleitoral, recenseamento militar, uma sardinhada de celebração do próximo 25 de Abril. A um canto uma televisão dá as notícias em português, os resumos da jornada, o Gabriel Alves discute a fundo os dramas e tragédias do futebol português. Atrás do guichet, três funcionários públicos, iguais a tantos outros que conhecemos dessas repartições públicas espalhadas por Portugal de norte a sul. Um de bigode, outro careca, uma senhora muito preocupada em retocar a maquiagem. Todos parecem anunciar à distância: “Não estou aqui para trabalhar, estou só aqui para queimar tempo e receber o meu ao fim do mês, o pouco que faço, faço-o contrariado”.
Só uma pessoa à minha frente, o que venho fazer é simples, permiti-me pensar que estaria despachado em meia hora… claramente estava esquecido do que é a função pública portuguesa. Para entregar duas fotos e um formulário e pagar o preço da renovação do passaporte, foi preciso ser atendido três vezes, numa epopeia que demorou 2h. Ao fim de duas horas, um aperto de mão (admito que fiquei surpreendido com o gesto simpático, os tugas longe de casa ficam mais próximos) e a garantia de que receberia o passaporte em casa dentro de 10 dias.
Entro, subo ao primeiro andar e… magia. Tal como a Alice ao passar para o outro lado do espelho, dou comigo noutro mundo, ali, naquele banal prédio de Roterdão, há uma passagem secreta para Portugal. Entro e o choque é imenso, é uma repartição exactamente igual às que conhecemos em Portugal, a máquina das senhas às entrada, o guichet corrido, feio, baixo demais como se tivesse sido construído sob o pressuposto de que todos os portugueses têm de ter 1,60m. Papéis espalhados pelas paredes anunciam prazos, regras laborais, certificados necessários para isto e para aquilo, recenseamento eleitoral, recenseamento militar, uma sardinhada de celebração do próximo 25 de Abril. A um canto uma televisão dá as notícias em português, os resumos da jornada, o Gabriel Alves discute a fundo os dramas e tragédias do futebol português. Atrás do guichet, três funcionários públicos, iguais a tantos outros que conhecemos dessas repartições públicas espalhadas por Portugal de norte a sul. Um de bigode, outro careca, uma senhora muito preocupada em retocar a maquiagem. Todos parecem anunciar à distância: “Não estou aqui para trabalhar, estou só aqui para queimar tempo e receber o meu ao fim do mês, o pouco que faço, faço-o contrariado”.
Só uma pessoa à minha frente, o que venho fazer é simples, permiti-me pensar que estaria despachado em meia hora… claramente estava esquecido do que é a função pública portuguesa. Para entregar duas fotos e um formulário e pagar o preço da renovação do passaporte, foi preciso ser atendido três vezes, numa epopeia que demorou 2h. Ao fim de duas horas, um aperto de mão (admito que fiquei surpreendido com o gesto simpático, os tugas longe de casa ficam mais próximos) e a garantia de que receberia o passaporte em casa dentro de 10 dias.
Ah, as saudades que eu tinha de Portugal!
4 comentários:
Excelente imagem!!!
É isso mesmo.
Este tuga em Roterdão assina por baixo das tuas palavras.
Mas olha que estás a viver numa bela cidade. Adorei isso aí!
Que giro! Quando vivi na Holanda tambem fui ao consulado e fiquei exactamente com essa impressao.
E' um outro mundo, tipico da funcao publica portuguesa: os bancos rasgados, o chao descolorado, a Praca da Alegria na RTPi, a ventoinha dos anos 50...
Aconselho-os a visitar o consulado de portugal em madrid. Acreditem que nao foca nada atrás desse. Aqueles gajos personificam completamente as anedotas e ditos populares referentes aos funcionários públicos...
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