Extinção é uma palavra pesada. A extinção é como a morte, mas multiplicada por toda uma espécie. É o fim de toda uma realidade. Mas, tal como a morte, a extinção é um fenómeno perfeitamente natural, uma parte da história da vida. O único problema é que a humanidade multiplicou por mil a taxa de extinção das espécies que habitam o planeta.
O nosso consumo incessante dos recursos naturais do planeta tem levado a vida no planeta a entram numa crise só comparável ás grandes extinções em massa do passado, causadas por embates de meteoritos ou por grandes fenómenos vulcanico-tectónicos. Uma por uma, as espécies que habitam o planeta estão a desaparecer. Extinção seguida de extinção. Plantas, insectos, aves, mamíferos, até os fungos desaparecem a uma taxa alarmante.
Claro que todos ouvimos falar de espécies que se extiguiram, todos lemos os relatos dos dodós das ilhas mauricias exterminados pelos marinheiros portugueses, muitos já viram as imagens do último lobo-da-Tasmânia que morreu em cativeiro em 1936. Mais assustadores são os números, centenas, milhares de espécies têm-se extinto perante os nossos olhos ao longo dos últimos séculos. Mesmo assim, é dificil compreender o verdadeito significado de extinção.
Algo que me marcou bastante, no que respeita a este tema, foi ter tido o previlégio de ver espécimens de espécies extintas no Museu de História Natural de Amsterdam. Estive nesse museu em 2008, eu e alguns colegas estavamos a estudar a variação da plumagem do maçarico-de-bico-direito, verificamos que a espécie tem vindo a perder a coloração viva que os machos adquirem na época de reprodução, para isso precisavamos de analisar espécimens de museu, para comparar os indivíduos antigos com os modernos. Esse trabalho resultou neste estudo. Na altura fomos recebidos pelo Dr. Roselaar, que fez questão de nos mostrar algumas das preciosidades do museu, demasiado raras para estar presentes em qualquer exposição.
Tivemos a honra de ver a última quagga, uma espécie de zebra que se extingiu no século XIX, tendo o último exemplar morrido no Zoo de Amsterdam e sido preservado pelos taxidermistas do museu.
Vimos também um exemplar montado de arau-gigante, a ave que deu origem ao nome pinguim, apesar de não ser sequer um parente dos pinguins. Esta espécie também se extingiu no século XIX epoucos museus preservaram exemplares.
Ver os exemplares de perto, chegar mesmo a tocar na quagga, deu todo uma nova definição ao que é extinção. aqueles animais estavam ali, empalhados claro, mas já não existem. Foram eliminados, toda a sua espécie extinta pela forma egoísta e suicída como abusamos do único planeta de que dispomos para viver. A extinção é para sempre...
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