Um comum mortal pensaria que se tratariam de bens desnecessários, luxos que os portugueses poderiam evitar em período de crise. Infelizmente os nossos governantes não são comuns mortais, são imbecis mortais, para não os chamar simplesmente de criminosos. Entre os produtos que vão passar a ser taxados a 23% incluem-se os leites achocolatados, aromatizados, vitaminados e enriquecidos que obviamente são produtos que não fazem falta nenhuma às famílias portuguesas pois não são a principal fonte de cálcio e diversas vitaminas na alimentação da maioria das crianças; incluem-se as bebidas lácteas e os sumos de frutas, outros itens que evidentemente são um luxo que só deve estar ao alcance dos mais afortunados, qual champanhe francês; incluem-se os utensílios e outros equipamentos exclusivamente ou principalmente destinados ao combate e detecção de incêndios, porque Portugal nem é um país com problemas de incêndio, pelo que naturalmente são produtos que não fazem falta, aliás um extintor para um português é como um frigorífico para um esquimó, uma excentricidade sem sentido; incluem-se todo o tipo de conservas e de óleos alimentares, produtos que como se sabe nunca foram uma parte integrante da dieta dos portugueses, aliás, como se sabe o azeite é uma moda proveniente do norte da Europa, um luxo sem sentido que não faz falta aos portugueses e que, juntamente com as conservas, não é uma das principais produções nacionais, sendo até bom para os nossos produtores este aumento de IVA, para melhor competirem contra esses pérfidos produtos nórdicos como as sardinhas em lata, os patés de atum ou o azeite virgem.
Perante esta notícia, resta-mos apenas concluir finalmente que o nosso governo vive num mundo de sonho, em que Portugal é a Suécia e que como tal podemos comportar facilmente ser o único país europeu com impostos tão altos como os desse país nórdico, que ao contrário de nós vai à frente e não em último nos indicadores de riqueza e de qualidade de vida. Estão iludidos não só na capacidade financeira das famílias portuguesas como nos bens que nós tendemos ou não a necessitar, assumindo que não somos portugueses, mas escandinavos, ou talvez os habitantes de um Universo paralelo em que a comida não é a base da alimentação, mas sim a areia, as pedras ou talvez os carris do TGV...
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