O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo, não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio.
Alberto Caeiro
5 comentários:
Ah... Não há nada como a poesia de Fernando Pessoa, eu gosto especialmente do ortónimo:
'Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar...'
Desculpa a invasão, mas não resisti! ;)
invade quando quiseres
muito lindo mesmo... :-) Voltarei aqui mais vezes!
beijos
www.kaya-barros.blogspot.com
O poema oportuno para o meu domingo.
Bonito, amigo. Boa escolha, aliás, como sempre! Abraço alienado!!!
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