Conturbado desde o seu início, 2011 acaba hoje sem deixar saudades a quase ninguém. Na Europa foi a crise, no Japão o terramoto e tsunami, seguidos daquela é não só uma das mais graves crises nucleares, mas também claramente uma das mais escamoteadas pelos respectivos governantes. Em África, entre secas brutais, fome e guerra encontramos o cintilar de esperança de uma Primavera Árabe que na maioria dos países não parece estar a sobreviver às agruras do Inverno seguinte.
Muita graças à governação dos lideres europeus e norte-americanos, o mundo deu em 2011 passos largos no sentido de se tornar mais desigual, mais injusto e menos democrático. Os governos de extrema-direita que controlam hoje a maioria dos países europeus conseguiram convencer os seus povos que é errado viver com dignidade, que isso está acima das nossas possibilidades, e que está certo tirar dinheiro aos pobres para o dar aos ultra-ricos.
A esperança, essa, foi-nos repetidamente roubada, ao ponto de hoje muitas pessoas se interrogarem porque motivo hão de celebrar esta passagem de ano quando já está anunciado de antemão que 2012 será pior...
Não podemos cair nesta conversa da treta. Não podemos acreditar que não existem alternativas e que o único caminho possível é o pior. Vejamos os exemplos de vários dos países emergentes, onde é o crescimento de uma nova classe média que estimula as economias, vejamos até o exemplo dos Estados Unidos, onde o consumo interno estimulou a economia para acabar o ano em terreno positivo. A única esperança é tomar medidas decisivas para transferir de forma massiva o dinheiro que está perdido nos cofres sem fundo dos grandes investidores e devolve-lo ao povo, a quem ele pertence. Cada euro oferecido aos bancos é um euro deitado fora. Cada vez que permitimos aos nossos (pseudo-)governantes assaltarem o povo para ajudarem os seus mandantes - os grandes empresários, os banqueiros e os investidores sem escrúpulos - estamos a cravar mais um prego no caixão da nossa sociedade, da nossa democracia, em ultima análise da nossa Liberdade.
Por isso eu acredito que 2012 vai ser melhor, porque acredito que vai ser o ano em que os povos deste mundo vão começar a dar a volta ao texto e a recuperar o controlo do mundo e das suas vidas. O exemplo foi-nos já dado por tunisinos, sírios e egípcios, mas ficaram também patentes as dificuldades imensas que a mudança implica. Mas não podemos esquecer que nós somos muitos e eles são poucos. Em 2012, o mundo começará a girar de novo na direcção certa. Isto é algo em que acredito! Bom 2012!
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