Estava a ver o "Amadeus", o filme genial do Milos Forman sobre a vida de Mozart. Não via o filme há mais de 15 anos. Estava a ver o filme e a pensar no conceito de genialidade. Mozart escrevia musica como quem bebe água. Era tão natural para ele escrever as composições mais extraordinárias que o mundo já tinha ouvido, como é para mim beber água. Reza a lenda que compôs a sua primeira obra com 4 anos de idade, a primeira sinfonia aos 7, a primeira ópera completa aos 12 anos.
De onde vem esse talento natural? Esse brilhantismo que ou nasce com a pessoa ou nunca puderá ser atingido? Eu poderia dedicar cada sopro da minha existência a estudar música que nunca teria o talento de um Mozart, uma vida inteira a trabalhar num livro não produziria uma obra do calibre de um James Joyce, ou de um Mark Twain. O que é essa chama de brilhantismo, esse ser mais que humano? De onde vem? Existirá um gene para a genialidade? Se sim porque é tão raro?
É crença comum que a genialidade e a loucura andam de braço dado. Será um pequeno pormenor bioquímico do cérebro, uma qualquer barreira que na maioria de nós está fechada, que nos mantém são, mas nos torna incapazes de tocar por um momento a imortalidade do génio eterno?
Estará nesse recanto escondido do nosso cérebro uma outra resposta, mesmo que incorrecta, para essa eterna inquietação que é o mistério do sentido da existência?
Enquanto me perco nessas inquietações sem sentido, prefiro a calma satisfação de uma sinfonia de Mozart como música de fundo...
2 comentários:
Também não sei se o gene da genialidade existe. Mas se existe, por definição, terá que ser raro. A genialidade está condenada a ser singular. Quando o deixar de ser, passará a ser comum, banal. E perderá o seu encanto...
E tu? Onde se esconde o teu génio?
Na capacidade de fazer perfeitas esferas com os macacos do nariz?
Bem... certas capacidades são mais reconhecidas do que outras! lol
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