Tenho pena, mas hoje vou voltar aos posts aborrecidos depois da minha aventura no mundo da escrita comica, alias bem ao nivel do pior do Ricardo Araujo Pereira!!!
E que entretanto, e desculpem a ausencia de pontuacao mas o teclado foi feito para essa farsa de lingua que e o Neerlandes, acabei de ler o brilhante The Unbearable Lightness of Beeing do Milan Kundera e tenho de dizer que fiquei maravilhado. Nunca na minha vida tinha lido um livro em que o escritor retractasse, descrevesse, analisasse, esmiucasse de tal forma a existencia humana. E como se o Milan (reparem como, com algum brilhantismo, uso o nome dele para fazer uma referencia futebolistica, ligando assim este post ao anterior por motivos de continuidade literaria!), fosse capaz de ver por baixo da pele de cada uma das pessoas que conheceu ao longo da vida e compreendesse exactamente como funcionam as suas maneiras de pensar, as suas taras, os seus desejos, os seus sentimentos. Nunca tinha lido um livro que tao bem resumisse a insustentabilidade da existencia humana, a sua insustentavel leveza como ele a descreve, que no fundo e o mesmo que a minha inevitavel insatisfacao pretende resumir. E esse o grande problema dos seres humanos, nunca estao satisfeitos. Como o Milan Kundera o resume, abandonamos a circularidade de uma existencia feliz, como os outros animais tem (tanto quanto nos parece), para nos empenharmos numa existencia que funciona como uma linha recta, um eterna labuta para chegar a lado nenhum, uma infinita busca por algo que buscar, incapazes de parar por um segundo para apreciar o maravilhoso mundo em que vivemos, a maravilhosa improbabilidade da nossa existencia.
Mas voltanto ao inicio, e como exaltacao a escrita comica, que e tantas vezes aquela que mais verdades diz, deixo aqui um trecho do prefacio de um livro genial, o "Book of Animal Ignorance" escrito pelo comico britanico Stephen Fry. Qual Milan Kundera, tambem ele resume de forma brilhante a inevitavel insustentabilidade da existencia humana, ou o nosso miseravel fracasso como seres vivos, assente nas raizes da tal sapiencia que nos faz ser quem somos.
"Animal have this in common with each other; unlike humans they appear to spend every minute of every hour of every day of their lives beeing themselves. A tree-frog (as far as we can ascertain) doesn't wake up in the morning feeling guilty that it was a bad tree-frog, nor does it spend any time whishing it were a wallaby or a crane-fly., It just gets on with the business of beeing a tree-frog, a job that it does supremelly well. We humans, well... we are never content, always guilty, and rarely that good at beeing what nature asked us to be - Homo sapiens."
Stephen Fry
1 comentário:
Tou a gostar dos teus posts... hehehe Não li o livro, mas despertaste-me a curiosidade. Vou comprar. Bjks... Ah, qto ao post anterior, sobre não veres foot com gajas, pá cmg tás na boa, porque os dotes não futebolísticos do Cristiano (embora eu os reconheça) vão por água a baixo quando ele faz aqueles passes de menino mimado, em que a bola é toda para ele e, depois, falha: "Oh, mas eu sou o Cristiano Ronaldo, eu não sou frango... buá buá buá!"
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