Hoje apeteceu-me voar. Ia no autocarro aos trambolhões, por entre os sobe-e-desces das sete colinas de Lisboa quando avistei um pequeno pardal, senhor no seu domínio dos céus. Senti inveja, uma inveja intensa, quase infinita. Quis logo ali sair do autocarro. Quis que me nascessem asas nos braços, que o meu corpo se revestisse de penas. Quis fazer do ar o meu palco e nele desenhar as mais belas acrobacias. Quis voar, esvoaçar, planar, dançar no ar, sobre as árvores e sobre os prédios.
Enfim, hoje apeteceu-me voar, mas tive de me contentar, e caminhar.
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