Mais um blog despretensioso que pretende deixar mais algumas ideias à solta na net. Nunca se sabe quem as irá apanhar...
sexta-feira, novembro 11, 2005
O feitiço da face misteriosa
As vezes à músicas de que não gosto pelo simples facto de passarem constantemente na rádio. Aconteceu isso com essa música do James Blunt que passa de cinco em cinco minutos na rádio, a "You're Beautifull". Irritava-me tanto que nem sequer lhe prestava grande atenção, até que um dia destes, quando ia no carro sozinho a ouvir rádio, começei a ouvir a música e dei-me ao trabalho de ouvir bem a letra.
A música fala de um homem que viu uma mulher desconhecida no metro que o maravilhou e do seu desespero por saber que nunca a vai voltar a ver. Realmente, é um tema tão obvio para uma música que já devem haver outras musicas sobre o tema, mas passei a gostar da música, quanto mais não seja gostei do tema. Acho que já aconteceu a todos aquilo que vou aqui chamar "O feitiço da face misteriosa". Normalmente chamar-lhe-ia o feitiço da miúda misteriosa, para para não ser acusado de machismo e chauvinismo fica assim. Vamos no metro descansados, a olhar para nada em particular, as faces das pessoas à nossa volta são uma metafora pintada ao expoente máximo da alienação urbana que é o metro. Todos olham para lado nenhum, olhares vagos de animais a caminho do matadouro. De repente, num lampejo de luz na escuridão do túnel, vemos uma face, um olhar que subitamente nos desperta os sentidos dormentes e olhamos. Não é mais do que uma simples troca de olhares, quanto muito um leve sorriso timidamente disfarçado, depois cada um sai numa paragem diferente, segue o seu caminho e não se voltam a ver. Não seria nada, se horas ou dias depois não nos viesse, por um só instante, aquele olhar à cabeça e não pensassemos "E se?", antes de esquecer o assunto para sempre...
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22 comentários:
Sim pedro , essas merdas chauvinistas do tipo "Ó boa, trepa-me a palmeira e vem-me lamber os cocos" não vão com nada.
Muito bom, Pedro! muito bom mesmo... Olha e até se queres que te diga, fiquei surpreendida por me dar conta, desta faceta meio misteriosa que desconhecia em ti... Enfim,... imagina-se sempre que biólogos e gajos das ciências não dão importância a estas coisas,... mais "vagas" e menos "explicáveis".
E queirosene, bolas, também não habia nechechidadeze de vireis aqui borrar a pintura deste momento do Pedro, não é?
Ontem, na revolta dos pastéis de Nata ouvi uma tipa a dizer que gostava de ouvir piropos nas ruas. Ficava até chateada se passasse por um grupo de homens e não ouvisse um piropo...
Ora eu, na minha infinita ingenuidade, imaginava que fosse o contrário, que não gostassem nada.
Opinem sobre isto por favor.
Já agora, queirosene, se é para descer o nivel, porque não recuperar o mítico: "Ó Flor, dá p'ra pôr?".
Pronto, lá se foi qualquer resquicio de profundidade neste post!!!!
Ah, e quanto a isso dos biologos não ligarem a coisas menos explicáveis... eu diria que essa é a diferença entre nós e os fisicos, como a ciencia deles já sabe quase tudo, assustam-se com o que não sabem explcar, na biologia ainda se sabe tão pouco e o nosso objecto de estudo é tão, tão complexo, sobretudo na ecologia, a minha area favorita, que passamos a vida a olhar para o inexplicavel, estilo:
Porque é que os pinguins imperador se vão reproduzir no meio da antártida e passam quatro meses ao frio e sem comer?
Pois... isso dos piropos depende... acho que não se pode generalizar. Acho que o tal olhar do metro funciona muito melhor que qualquer piropo... principalmente se a miúda estiver sozinha. Se estiverem várias miúdas juntas e o piropo for de um grupo de rapazes para um de raparigas, é divertido, inocente, malandro e não fica mal. Piropos que venham do cimo de andaimes, põem a auto-estima de qualquer mulher em baixo. Normalmente são ordinários e além disso não são personalizados... qualquer "rabo de saias" que passe tem direito a um.
eu ando sempre com o "e se?" na cabeça. basta andar no tube londrino para isso acontecer. e, normalmente, fico sempre bem-disposto para o resto do dia (ou noite).
sim, que nós biólogos até que temos interesse noutras coisas :P
quanto aos piropos, sou "virgem" nessas coisas. é mesmo só elogios descabidos a dois...
mas há um piropo que me caiu no goto que é o "Ó jóia, vem aqui ao ourives!". e nem tem assim tanta piada...
E voltando à vaca fria: Continuo a achar a música altamente irritante!!
Gostaria muito de conhecer a sua opinião acerca deste artigo: http://ambientalistas.blogspot.com/2005/10/elicas-mas-que-impactes-ambientais.html ,talvez pudesse deixar também o seu comentário n'Os Ambientalistas.
Saudações Ambientalistas!
mas tu estás a falar com quem polietileno?
Com o Paulo? O Filipe? ou estavas só a fazer publicidade?
Olha, pelo sim, pelo não eu vou lá dar uma vista de olhos
Acho que a mensagem do polietileno era mesmo para mim. E esse sub-produto do ouro negro (isto não é um insulto... mas que raio de nick que foste arranjar!) já pode ir lá ver o meu comentário ao referido post sobre eólicas e os seus impactos sobre a fauna e a flora.
Eu gosto da música simplesmente pela tranquilidade com que tudo é contado. Sem revolva, sem "depressivismos", a simples constantação do óbvio.
Quanto aos piropos, nunca tive coragem de dizer um. Mesmo os mais simpáticos parecem-me sempre primarem pelo mau gosto e não fazem nada o meu estilo.
Sinceramente não acredito que dizer algo como: "Que coisa tão doce até parece um pacotinho de açucar" me torne mais interessante do ponto de vista da dita ouvinte.
Já agora que falaram dos pessoal dos andaimes, lideres mundiais do piropo, lembrei-me de uma história muita boa que me contou uma amiga minha:
Ela ia a passar ao lado de uma obra e começaram a mandar-lhe os habituais mimos, ó boa, fazia-te isto, fazia-te aquilo, etc.
Finalmente um dos homens da obra gritou para os outros para deixarem a rapariga em paz, mas quando ela olhou para ele, com um ar de agradecimento, ele ainda disse: "Mas que é boa, és!"
A parte do fazia-te isto ou aquilo é que degrada a coisa por completo, até porque inverte o sentido do piropo, passando o gajo a ser o alvo da coisa, porque ele é que fazia e acontecia...
Os melhores piropos, estão na forma como se olha para o objecto do piropo... e nunca deve haver desrespeito nesse olhar. Pode haver desejo.
Eu gosto que me chamem pulguinha. E sim... é um piropo.
O meu irmão mais novo chamava-me baixinha, feinha e verdinha... e garanto que era piropo.
O mais velho, cumprimentava-me com: Olá Peixinho! - Outro piropo delicioso...
Eu não chamaria a isso piropo, isso é mais como uma alcunha amigável, como o nome especial que temos para a namorada (ou namorado). Isso é simpático!
Pedro, um piropo é uma frase lisonjeira, um galanteio dirigido a alguém, sobretudo a mulheres...(é o que diz o dicionário)
E portanto, aquilo no meu entender são piropos.
Os piropos, como tu os entendes, são de facto de mau gosto, e por isso não fazem o teu estilo (e ainda bem), mas se lhes retirares essa conotação habitual do "fazia-te e acontecia-te", vais ver que só te fica bem, se volta e meia, disseres um ou outro (desde que sinceros)... e talvez a tua amiga se estivesse a referir a este tipo de piropo,
acerca da música propriamente dita, esse tal de james blunt deve ser muito inteligente. senão vejamos. escreveu a música dedicando-a a uma das suas namoradas (que entretanto foi votada ao esquecimento) e disse-lhe (pelos vistos não só disse como deixou prova escrita...) que lhe daria metade dos lucros da música se alguma vez fosse famoso.
devia estar à espera de nunca passar da cepa torta e sempre era mais uma maneira de impressionar a miúda. mas deu-se mal porque depois de começar a ser famoso e de ter dado um chuto no cu da miúda, esta processou-o e, munida do tal papelinho que comprova a promessa, exige que ele lhe dê realmente metade das royalties da música...
by the way, a música é tipicamente pop que vai passar de moda num instante. e já enjoa...
Já enjoava à semanas atrás. O unico ponto positivo foi inspirar este post que já vai em 19 comments!!! ;)))
E digo mais: 20 comments
Como este já é o 21º comentário, e há vários que não se lê qq coisa javardolas:
"Ó boa, com um cú tão bom deves cagar bombons!"
Não consegui evitar...
Obrigado pelo seu comentário n'Os Ambientalistas (http://ambientalistas.blogspot.com/2005/10/elicas-mas-que-impactes-ambientais.html), Pedro (era mesmo para si o desafio).
Será que tem acesso a alguma documentação que permita rebater categóricamente a argumentação enunciada no estudo sobre o problema das aves do referido artigo?
Obrigado pelo seu contributo!
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