Mais um blog despretensioso que pretende deixar mais algumas ideias à solta na net. Nunca se sabe quem as irá apanhar...
quarta-feira, agosto 31, 2005
Fridtjof Nansen
Hoje li um artigo sobre a vida de Fridtjof Nansen, prémio Nobel da Paz em 1922. Para além de ter um nome impronunciável, este senhor viveu uma vida que quase me devolveu a esperança na humanidade.
Sinceramente, deve ter sido uma das pessoas mais interessantes que já viveram, mas como não é americano, inglês, francês ou alemão não é minimamente conhecido.
Foi um norueguês, nascido em 1861, que começou por ser biólogo. Zoólogo para ser mais preciso. Participou numa série de expedições às regiões polares do Norte, trabalhou em oceanografia das regiões polares e publicou imensos trabalhos sobre as suas observações nessas regiões. Depois de 20 anos de uma carreira científica muito bem sucedida, decidiou abandonar a vida académica para defender a independência da Noruega, que pertencia na altura à Suécia. Bem sucedido, abandonou esses afazeres políticos e voltou à sua oceanografia, até 1914.
Em 1914 começou a primeira Guerra Mundial e o senhor Nansen decidiu que já chegava de oceanografia, estava na hora de se dedicar à diplomacia. Participou numa série de negociações durante a guerra, incluindo um tratado que permitiu que barcos com alimentos podessem evitar os bloqueios navais e chegar à Noruega.
Depois da guerra foi um grande apoiante da criação da Sociedade das Nações e foi muito activo na defesa dos direitos das pequenas nações no convénio da Sociedade das Nações. Depois de todo esse trabalho, deram-lhe o cargo que ninguém queria: nomearam-o para resolver o problema dos prisioneiros de guerra. Em um ano e meio multiplicou-se em actividades diplomáticas e conseguiu que 450000 soldados fossem devolvidos às suas nações de origem.
Foi o primeiro Alto-comissário para os Refugiados e nesse cargo ajudou a repatriar centenas de milhares de russos, milhares de assírios, mais de um milhão de gregos e meio milhão de turcos, todos eles refugiados mais ou menos abandonados em território enimigo.
Como se isto não bastasse, a pedido da Cruz Vermelha, foi ele que organizou o programa de ajuda humanitária que entre 1920 e 1921 evitou que cerca de 20 milhões de russos morressem de fome devido aos primeiros planos quinquenais do Lenine, que falharam miseravelmente devido a dois Invernos particularmente rigorosos.
Para acabar, foi ele que consegiu inventar a Arménia, de maneira a salvar o povo arménio de uma extinção que parecia inevitável porque eram escurraçados por tudo e por todos.
Sozinho, este homem deve ter salvo mais pessoas do que as que o Hitler matou! Mas nunca li nada sobre ele nos nossos livros de história...
Quem quiser saber mais algumas coisa sobre ele, pode ler neste artigo.
terça-feira, agosto 30, 2005
Revolução
Tal como os políticos fazem a sua rentreé em grande também este blog a fará. Que tal um apelo à Revolução?
Não se preocupem não estou a falar de bombas, tiros e outras formas de barbarie à americana, queria antes referir uma citação que li algures, durante as férias e não esqueci: "As grandes revoluções são o resultado da acção de princípios, mais do que das baionetas, sendo primeiro realizadas na esfera moral e só de seguida na esfera material" dizia Giuseppe Mazzini, um nacionalista italiano do séc. XIX. A frase ficou-me pela verdade do que diz. Se virem bem, as grandes mudanças históricas dão-se geralmente de uma forma quase natural, como se tivessem de acontecer e no fundo é exactamente isso que acontece. As pessoas vivem sobre um determinado sistema, que não lhes agrada, mas a a mudança para um novo sistema geralmente só se dá depois de o "sub-consciente da sociedade" compreender a necessidade de dar o salto. Só quando todas as pessoas perceberam já, no seu intimo, qual o caminho a tomar, é que se pode dar o movimento popular que leva a essa evolução. No fundo foi o que aconteceu no nosso 25 de Abril, no dia em que a revolução chegou, todas as pessoas tinham já compreendido, mesmo sem terem pensado muito nisso, que a história já as tinha ultrapassado e que a mudança era inevitável (para lá de, como é óbvio, ser desejável). Quando assim é, a transição dá-se com toda a naturalidade pois a população imediatamente aceita a nova realidade como aquilo que deve ser.
Ora onde é que eu quero chegar com isto? Muito simples, nunca o mundo precisou tanto de uma revolução como agora. O nosso sistema actual é uma preverssão de todos os ideiais que o ajudaram a criar, não temos democracia, nem temos liberdade, nem temos socialismo (aqui no sentido de sociedade perfeita, não no sentido comunista do termo), nem temos nada. Temos uma palhaçada sem igual em que já não existe direito internacional, as economias estão à beira da ruptura, as desigualdades e injustiças são cada vez maiores e a própria sociedade parece à beira de implodir num caldeirão de desconfianças e ódios absurdos que pareciam já ter sido ultrapassados. Por isso, temos todos de falar sobre isto. De discutir, de debater, de partilhar ideias, de filosofar um pouco. E a pouco e pouco pode ser que caminhemos para o tal estado de certeza subconsciente que nos possa levar a uma mudança para algo melhor.
Será preciso mais uma vez confirmar o velho axioma que diz que "só quem já perdeu tudo não teme deitar tudo a percer"? Espero que não tenhamos de chegar a esse ponto.
Não se preocupem não estou a falar de bombas, tiros e outras formas de barbarie à americana, queria antes referir uma citação que li algures, durante as férias e não esqueci: "As grandes revoluções são o resultado da acção de princípios, mais do que das baionetas, sendo primeiro realizadas na esfera moral e só de seguida na esfera material" dizia Giuseppe Mazzini, um nacionalista italiano do séc. XIX. A frase ficou-me pela verdade do que diz. Se virem bem, as grandes mudanças históricas dão-se geralmente de uma forma quase natural, como se tivessem de acontecer e no fundo é exactamente isso que acontece. As pessoas vivem sobre um determinado sistema, que não lhes agrada, mas a a mudança para um novo sistema geralmente só se dá depois de o "sub-consciente da sociedade" compreender a necessidade de dar o salto. Só quando todas as pessoas perceberam já, no seu intimo, qual o caminho a tomar, é que se pode dar o movimento popular que leva a essa evolução. No fundo foi o que aconteceu no nosso 25 de Abril, no dia em que a revolução chegou, todas as pessoas tinham já compreendido, mesmo sem terem pensado muito nisso, que a história já as tinha ultrapassado e que a mudança era inevitável (para lá de, como é óbvio, ser desejável). Quando assim é, a transição dá-se com toda a naturalidade pois a população imediatamente aceita a nova realidade como aquilo que deve ser.
Ora onde é que eu quero chegar com isto? Muito simples, nunca o mundo precisou tanto de uma revolução como agora. O nosso sistema actual é uma preverssão de todos os ideiais que o ajudaram a criar, não temos democracia, nem temos liberdade, nem temos socialismo (aqui no sentido de sociedade perfeita, não no sentido comunista do termo), nem temos nada. Temos uma palhaçada sem igual em que já não existe direito internacional, as economias estão à beira da ruptura, as desigualdades e injustiças são cada vez maiores e a própria sociedade parece à beira de implodir num caldeirão de desconfianças e ódios absurdos que pareciam já ter sido ultrapassados. Por isso, temos todos de falar sobre isto. De discutir, de debater, de partilhar ideias, de filosofar um pouco. E a pouco e pouco pode ser que caminhemos para o tal estado de certeza subconsciente que nos possa levar a uma mudança para algo melhor.
Será preciso mais uma vez confirmar o velho axioma que diz que "só quem já perdeu tudo não teme deitar tudo a percer"? Espero que não tenhamos de chegar a esse ponto.
De Volta
Pois é, pois é.
Não sei porque é que começei assim o meu primeiro post em mais de um mês... isto parece o inicio dos famosos desbloqueadores de conversa do Nuno Markl. Bem este post já me cheira a non-sence do mais puro.
Long story short: Estava de férias, mas a única razão porque não tenho blogado (este verbo já existe?) foi porque não me apeteceu... No fundo o motivo remonta ao título do blog "A Inevitavel Insatisfação do Ser", mais precisamente do meu ser. Ora deitado de papo para o ar na praia, a apreciar as ondas, o sol (e os bikinis) torna-se dificil sentir a tal insatisfação que muitas vezes motiva a escrita. Estava de férias e satisfeito, por isso não estava com espírito para escrever.
Foram umas férias agradáveis, um semana sem fazer nenhum nas Caldas da Rainha em casa dos papás, a ser apaparicado à grande como já não era á algum tempo, depois uma semana de campismo, praia e copos em VN de Mil Fontes com dois de amigos de longa data, que incluiu uma visita a nado à mítica ilha do Pessegueiro e muitos, muitos jogos de snooker e conversas sobre futebol, carros e gajas, as verdadeiras férias da carochice. E finalmente uma semana a passear pelo norte de Espanha, estas sim umas férias no sentido que eu gosto de dar à palavra, a conhecer sítios novos que eram, diga-se de passagem, francamente bonitos. Quando tiver tempo ei de por aqui algumas fotos da costa da Galiza ou das montanhas das Asturias, fiquei maravilhado.
Agora de volta ao trabalho, até porque recebi a agradável notícia de que a FCT aceitou a minha candidatura à bolsa de doutoramento e como tal a partir de Janeiro de 2006 e durante 4 anos vou ter uma fonte de rendimento constante e relativamente segura pela primeira vez na vida (o meu record anterior tinham sido 8 meses de seguida!).
Não sei porque é que começei assim o meu primeiro post em mais de um mês... isto parece o inicio dos famosos desbloqueadores de conversa do Nuno Markl. Bem este post já me cheira a non-sence do mais puro.
Long story short: Estava de férias, mas a única razão porque não tenho blogado (este verbo já existe?) foi porque não me apeteceu... No fundo o motivo remonta ao título do blog "A Inevitavel Insatisfação do Ser", mais precisamente do meu ser. Ora deitado de papo para o ar na praia, a apreciar as ondas, o sol (e os bikinis) torna-se dificil sentir a tal insatisfação que muitas vezes motiva a escrita. Estava de férias e satisfeito, por isso não estava com espírito para escrever.
Foram umas férias agradáveis, um semana sem fazer nenhum nas Caldas da Rainha em casa dos papás, a ser apaparicado à grande como já não era á algum tempo, depois uma semana de campismo, praia e copos em VN de Mil Fontes com dois de amigos de longa data, que incluiu uma visita a nado à mítica ilha do Pessegueiro e muitos, muitos jogos de snooker e conversas sobre futebol, carros e gajas, as verdadeiras férias da carochice. E finalmente uma semana a passear pelo norte de Espanha, estas sim umas férias no sentido que eu gosto de dar à palavra, a conhecer sítios novos que eram, diga-se de passagem, francamente bonitos. Quando tiver tempo ei de por aqui algumas fotos da costa da Galiza ou das montanhas das Asturias, fiquei maravilhado.
Agora de volta ao trabalho, até porque recebi a agradável notícia de que a FCT aceitou a minha candidatura à bolsa de doutoramento e como tal a partir de Janeiro de 2006 e durante 4 anos vou ter uma fonte de rendimento constante e relativamente segura pela primeira vez na vida (o meu record anterior tinham sido 8 meses de seguida!).
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