quinta-feira, setembro 30, 2010

Capitalism, a two centurys old mistake...

"Many economists today still have a Smithian* objection to any form of market regulation, clinging determinedly to his notion that all intervention is necessarily harmful to the markets and thus - because economic growth has been enthroned as the barometer of a nation's health - harmful to society as a whole. Yet there is not a single economic theory that can show that a totally free market sets the socially most beneficial price for goods, or lead to their optimal distribution."

In "Critical Mass" by Philip Ball


This means that we are ruled by a bread of politicians who have, as their unique goal, economic growth, instead of more logical measures of civilizational advance, like quality of life, literacy or health and, even more seriously, still follow economic models based on the society of the 18th century, which are not confirmed by current mathematical and economical models, and haven proven time and again that they fail to provide for the well beeing of the people who live in the countries they rule...
This alone explains the absolute failure of capitalism as a form of civilizational philosophy!


* The term Smithian mean they follows the economic views of Adam Smith who wrote the classic "An Inquiry into the Nature and Causes of the Wealth of Nations" in 1776.

segunda-feira, setembro 27, 2010

(Des)governo

Portugal é hoje um país em estado de desgoverno. A situação económica é descontrolada, é um pequeno país periférico que gasta muito mais do que aquilo que tem. É governado por imbecis que em vez de tentarem poupar o pouco que o país tem preferem extorquir dinheiro a uma população depauperada, desesperada e sem espírito de luta. A oposição a esse governo apoia-o nas medidas mais agressivas contra a população, mas está contra ele quando tentam fazer algo de acertado. Em poucas palavras, são iguais ou piores.

Passo a passo, o país caminha para a miséria. Para a miséria de uma população sem meios, sem poupanças e sem empregos. Para a miséria de um estado prestes a cair no desgoverno da bancarrota e no negrume do controlo internacional das suas finanças pelo FMI, o que só pode anunciar ainda mais miséria para a população uma vez que esses grandes interesses financeiros internacionais preocupam-se apenas com si próprios, têm menos que nenhuma preocupação com a qualidade de vida das pessoas.

Meus caros, a solução é só uma. Uma única, uma só. A mesma que se apresenta a todos povos quando confrontados com o abismo. Uma só palavra, que causa medo, mas que liberta: Revolução.

Exterminar os imbecis que nos governam antes que eles nos exterminem a todos. E das cinzas do velho desgoverno, que construir? Eu sugeriria uma anarquia. Nada me convence que nos dias de hoje temos qualquer utilidade para um governo. Vamos abolir os governos e construir um verdadeiro estado democrático, um estado em que realmente quem governa é o povo. Só em anarquia é possível viver em democracia, todas as democracias tradicionais são oligarquias disfarçadas, lobos em pele de cordeiro.

Um povo, uma revolução, uma anarquia.

O verdadeiro caminho para um Portugal democrático!

domingo, setembro 26, 2010

Piscares de Olho - IV


Para este domingo o meu picar de olho apontou para as rua de Copenhaga, mais precisamente ara dois candeeiros. Não sei exactamente o que vi de especial nestes candeeiros, não são únicos, nem sequer infinitamente diferentes de tantos outros por esse mundo fora. Tirei a fotografia durante uma visita relâmpago à capital dinamarquesa. Na verdade tinha ido à Suécia participar num curso, na Universidade de Lund, mas Lund fica irresistivelmente próximo de Copenhaga. Passei um dia a passear pelas ruas imaculadamente limpas da cidade, passeei pelo Porto e vi todos os principais monumentos. Tirei muitas fotografias por lá, tanto a cores como a preto e branco, mas a que mais me convenceu foram estes candeeiros de rua. Espero que vocês gostem também.

sábado, setembro 25, 2010

Ferias a Sul

Na última semana rumei ao Sul. Mais precisamente ao sul da Península Ibérica. Passei a semana a passear pela Andaluzia e pelo Algarve, na esperança que as nuvens de Setembro tivessem já espantado o grosso dos turistas de Agosto.
Começamos por rumar a Granada, em busca de memórias dos tempos que a Ibéria era islâmica, e talvez um pouco mais civilizada. Digo mais civilizada porque a arquitectura medieval árabe mostra um evidente cuidado com o conforto, com a higiene e com o bem-estar público que o mundo ocidental só aprendeu muitos séculos depois. Ou talvez estejamos ainda a aprender.
Granada é uma cidade buliçosa, tão espanhola como todas as outras da nação vizinha, mas tem escondidos na sua parte antiga esses pequenos tesouros árabes, de um tempo em que a nossa Península foi bem diferente. Banhos árabes com tonalidades e formas mais arabescas, ruas estreitas de janelas em ferradura, formas hexagonais e octogonais e pórticos recortados com baixos e altos-relevos e “crochets” desenhados em pedra.
O bairro de Albaicín é simplesmente delicioso, entre pátios, terraços e ruelas, o casario branco está pintalgado de verde com árvores por todo o lado. A melhor vista de Albaicín fica no outro grande atractivo de Granada.
Patios dos Arrayanes, Alhambra

Numa colina que domina a cidade fica a Alhambra, o mágico palácio construído pelos califas da dinastia Nasrid, entre os séculos XIII e XV. A forma como os arquitectos utilizaram o espaço, a luz e a água criou um espaço em que apetece deambular durante horas e horas. Das muralhas da Alcazaba, temos uma vista privilegiada sobre Granada, mas a visita passa também por um passeio pelo Yannat al Arif (ou Generalife na versão aspanholada), o “jardim do alto paraíso” onde os reis Nasrid tinham a sua casa de campo que usavam para se afastar dos problemas mundanos. O melhor da visita são as casas reais, a parte do monumento em que os arquitectos levaram ao extremo a sua arte.
Sala de los Abencerrajes, Alhambra

Descrições são inúteis, só mesmo uma visita a Alhambra pode mostrar aquilo que as duas fotografias que aqui inclui pretendem ilustrar

domingo, setembro 12, 2010

Piscares de Olho - III


Depois de duas semana de interregno gostaria de voltar hoje aos meus Piscares de Olho. A fotografia de hoje foi tirada numa estação de serviço nos Estados Unidos, durante uma viagem de carro da Virgínia para o Massachusetts. Estive nos Estados Unidos por um mês, durante umas férias no Verão de 2007. Ao experimentar a cultura americana de perto percebi que não é na verdade não se trata de um país que ou se ama ou se odeia, na verdade o país é suficientemente grande e diverso para se amar e odiar ao mesmo tempo. Assim, aquelas mesmas coisas que as vezes são mais irritantes nos americanos, a mania da superioridade, a mania das grandezas, eram por vezes as mais curiosas e eram contrabalançadas pela simpatia do povo, pela simplicidade das pessoas e pelo ambiente de agradável positivismo perante a vida. No capítulo das fotografias, senti a objectiva atrair-me para coisas que associamos à cultura americana, as coisas grandes, os camiões enormes, os carros enormes, as embalagens enormes no supermercado. Esta simples fotografia de placares de publicidade numa estação de serviço pareceu-me de certa forma simbólica desse povo, tão estranho e distante, e ao mesmo tempo tão próximo e semelhante. Fica também a nota de que os preços da gasolina na foto são por galão (isto é 3.79 litros) pelo que a gasolina por lá continua mesmo a ser ao preço da uva mijona...

sexta-feira, setembro 10, 2010

Hunger Strike

Estávamos em 1990 e um grupo de músicos ligados ao movimento Grunge decidiram formar uma banda, os Temple of the Dog, como forma de homenagearem o recém falecido Andrew Wood, um dos pioneiros do Grunge. Wood tinha sido o vocalista dos Mother Love Bone até Março de 1990, altura em que faleceu vítima de uma overdose de heroína.
Fizeram parte dos Temple of the Dog dois mebros dos Soundgarden, o vocalista Chris Cornell e o baterista Matt Cameron, dois membros dos Mother Love Bone, o guitarrista Stone Gossard e o baixista Jeff Ament, e ainda dois ilustres desconhecidos, o vocalista Eddie Vedder e o guitarrista Mike McCready.
A música mais sonante dos Temple of the Dog foi provavelmente este Hunger Strike:


Na música, salta à vista, ou melhor, salta ao ouvido, o vozeirão do tal ilustre desconhecido Eddie Vedder, que quando começa a cantar quase ofusca por completo a também portentosa voz de Chris Cornell. Parece óbvio ao ouvir esta música que uma voz daquelas merecia muito, muito mais destaque.
Poucos meses depois, os dois ex-membros dos Mother Love Bone, Gossard e Ament juntaram-se aos tais desconhecidos, Vedder e McCready e ao baterista Dave Krusen para formar os Mookie Blaylock, mas antes de editarem o primeiro disco decidiram mudar o nome da banda para Pearl Jam. E o resto é História...




quarta-feira, setembro 08, 2010

Limpeza natural

Os abutres podem não ser dos animais mais atraentes à face da terra. Há até quem os ache repugnantes. Mas esses, penso, são aqueles que nunca viram uma destas majestosas aves a planar lá no alto sobre o Alentejo profundo...

Foto de Rafa Palomo (Em cima um grifo, abaixo um abutre-preto)

Mais interessante é o importante papel destes animais na higiene e bom funcionamento dos ecossistemas. Ao alimentarem-se de animais mortos, os abutres garantem um elo essencial das redes tróficas, recuperando a energia acumulado nesses cadáveres que volta assim a circular na cadeia alimentar. Tem-se vindo a decobrir também o seu papel como agentes de limpeza e de desinfecção, evitando a propagação de doenças nos meios naturais.
O estômago dos abutres tem um pH extremamente ácido (entre 1 e 2) que destrói virtualmente todos os patogénicos presentes nas carcaças de que se alimentam. Os ácidos digestivos não são o único factor que garante que os abutres evitem a propagação de doenças. Estas aves têm também potentes anticorpos capazes de eliminar até as tóxinas mais potentes, como as do botulismo, antrax e cólera. Finalmente, o trato urinário destes animais abre directamente sobre as suas pernas, garantindo que a sua urina, também ela extremamente ácida, funcione como agente esterilizante, matando as bactérias que as aves possam acumular nas patas ao caminhar sobre as carcaças de que se alimentam.

Assim, a solução de largar carcaças animais no campo, para que os abutres as eliminem naturalmente, é não só a forma mais eficaz, mas também aquela que minimiza o risco de transmissão de doenças no gado e que reduz os riscos para a saúde pública. Infelizmente, a legislação europeia tem vindo a destruir este equilíbrio natural, proibindo o abandono de carcaças animais no campo e obrigando a que estas sejam incineradas, com todos os riscos acrescidos de propagação de doenças que o transporte de cadáveres acarreta. Desta forma, a UE põe em risco a sobrevivência dos abutres, que são hoje ameaçados acima de tudo pela falta de alimento, e aumenta o risco de propagação de doenças, tudo em nome de uma suposta "higiene" que só pode fazer sentido nas mentes de mentecaptos de fato e gravata que tomam decisões numa secretária em Londres, Bruxelas ou Paris sem nunca terem posto um dedo que fosse fora dos seus gabinetes minuciosamente desinfectado por uma qualquer emigrante ilegal que eles sonham expulsar da Europa. Tudo em nome de uma Europa melhor...

terça-feira, setembro 07, 2010

Ilha de Man

As coisas que se aprendem na wikipédia...


Localizada no Mar da Irlanda, entre a Irlanda e a Grã-Bretanha, a Ilha de Man não faz formalmente parte do Reino Unido nem integra a União Europeia. Não tem representação parlamentar nem no Reino Unido nem na UE.
A Ilha de Man é uma dependência directa da Coroa Britânica. O Chefe de Estado é a rainha Isabel II, a qual detém o título de Lord of Mann. O representante da coroa na ilha é o Lieutenant Governor. A defesa e as relações externas são da responsabilidade do governo do Reino Unido.
A Ilha de Man goza de auto-governo e tem um parlamento autónomo (Tynwald). O Tynwald foi fundado no ano 979 e é considerado o mais antigo parlamento em funcionamento contínuo no mundo. A grande maioria dos membros do Tynwald são independentes; dois pertencem ao Manx Labour Party e três à Alliance for Progressive Government. Existe uma organização extraparlamentar, o Mec Vannin ("Filhos de Man"), que pretende a alteração do estatuto da ilha e o estabelecimento de uma república soberana independente.

In "Wikipedia, Ilha de Man"

Só desejo a maior sorte ao "Filhos de Man" a derrubar a monarquia rapidamente de forma a se puderem juntar ao séc. XXI!

segunda-feira, setembro 06, 2010

O mensageiro


O mundo em que vivemos é profundamente injusto. As parangonas capitalistas tentam convencer-nos, a nós papalvos, que o livre mercado é a melhor forma de garantir a igualdade de oportunidades para todos. Que o nosso sucesso e o nosso bem-estar são função unicamente da nossa capacidade individual, da nossa inteligência e do nosso empreendedorismo, este último visto pelo sumos-sacerdotes da religião ultra-liberal como o dom maior do ser humano.
Felizmente não somos assim tão estúpidos, não somos assim tão parvos. Temos meio palmo de testa e sabemos que vivemos num mundo profundamente injusto. As oportunidades não podiam ser mais desiguais, a qualidade de vida depende quase exclusivamente do local e do momento do nosso nascimento. Quem nasce no Haiti ou na Somália nunca poderá ter a qualidade de vida de quem nasce na Suécia ou no Canadá. Mais do que isso, um génio nascido no bairro pobre de uma grande metrópole europeia ou norte-americana dificilmente poderá um dia ter as mesmas oportunidades que um imbecil nascido no bairro rico. Mas as diferenças mais injustas, essas são as que distinguem o "primeiro" mundo do "terceiro" mundo. Diferenças construídas ao longo de séculos de imperialismo e de exploração constante, diferenças edificadas sobre um passado de violência e de escravidão. Diferenças mantidas no lugar por tratados internacionais e dívidas externas.
Talvez por tudo isto, e por tudo isto ser hoje tão ou mais verdade do que o era no seu tempo, Bob Marley continua hoje a ser o mensageiro, uma voz que se ergueu desse mundo, que dizemos "terceiro", para mostrar ao mundo, ao que é completo, primeiro segundo ou terceiro, qual seria o caminho da justiça e da igualdade. Chamaram-lhe mensageiro os Yes, no seu clássico "The Messenger". Chamo-lhe mensageiro eu, de cada vez que ouço uma das suas músicas a soar no rádio.
Porque ele levantou a voz contra as injustiças, fez do seu talento um hino pela união e pela luta contra as desigualdades. Convidou-nos a unir esforços, a lutar pela felicidade. Intimou-nos a ser felizes, na companhia uns dos outros.

No bullet can stop us now, we neither beg nor we won't bow;
Neither can be bought nor sold.
We all defend the right; Jah - Jah children must unite:
Your life is worth much more than gold.

In "Jammin'"

Got to put aside them segregation, yeah!
Got to put aside them organization;
Got to put aside them denomination.

Got to come together
We are birds of a feather;
We got to come together
'Cause we are birds of a feather;

We also got to realize we are one people, yeah!
Got to realize that we are one people, yeah!
We got to realize we are one people,
Or there will never be no love at all -
There will never, never, never be no love at all.

In "One Foundation"

We're sick and tired of your ism-schism game
To die and go to heaven in Jesus' name
We know and understand
Almighty God is a living man
You can fool some people sometimes
But you can't fool all the people all the time
And now we've seen the light
We gonna stand up for our rights

Get up, stand up
Stand up for you rights

In "Get up, Stand up"

Emancipate yourselves from mental slavery
None but ourselves can free our minds

In "Redemption Song"

Remember on the slave ship
How they brutalised their very souls
Today they say that we are free
Only to be chained in poverty

Good god, I think it's all illiteraci
It's only a machine that makes money

In "Slave Driver"

The man oppressed will seem to do the worst
But with all he possesses self preservation comes first
His damnation comes not from burning free
As destruction of the poor is their poverty, is their poverty

In "The Oppressed Song"

Until the philosophy which hold one race
Superior and another inferior
Is finally and permanently discredited and abandoned
Everywhere is war, me say war

That until there are no longer first class
And second class citizens of any nation
Until the colour of a man's skin
Is of no more significance than the colour of his eyes
Me say war

That until the basic human rights are equally
Guaranteed to all, without regard to race
Dis a war

In "War"

Never make a politician grant you a favour;
They will always want (aaa-aaah) to control you forever, eh!

In "Revolution"

Algumas letras têm tanto de pacifista como de apelo à luta, mas não nos devemos iludir, só pela luta, inclusivamente pela a luta armada, se necessário, se pode começar a construir um mundo melhor. E de cada vez que nos calamos quando enfrentados com a injustiça, de cada vez que aceitamos o inaceitável só porque é mais confortável, estamos a por mais uma pedra na sólida muralha de injustiça que nos cabe a todos destruir.

Acima de tudo, Marley tentou mostrar que só o optimismo nos pode ajudar a tornar este mundo um lugar melhor...

Rise up this mornin',
Smiled with the risin' sun,
Three little birds
Pitch by my doorstep
Singin' sweet songs
Of melodies pure and true,
Sayin', ("This is my message to you-ou-ou:")

Singin': "Don't worry 'bout a thing,
'Cause every little thing gonna be all right."
Singin': "Don't worry (don't worry) 'bout a thing,
'Cause every little thing gonna be all right!"

In "Three Little Birds"

So to the rescue, to the rescue, to the rescue
Awake from your sleep and slumber
Today could be your lucky number
Sun is shining and the weather is sweet

In "Sun is Shining"

Ev'rything's gonna be alright
In "No woman no Cry"


Não querendo misturar alhos com bogalhos, acho que não ficaria de todo mal acabar com a frase mítica de Guevara: Hasta la victoria siempre!

sexta-feira, setembro 03, 2010

Vermes Repugnantes

Hoje chegou ao fim o "Processo Casa Pia", aquilo que em qualquer país seria perfeitamente banal, a confirmação da acusação dos arguidos, em Portugal tomou laivos de grande surpresa, a maior parte do país não acreditava que a justiça tivesse a coragem de acusar gente poderosa por cometer crimes contra crianças indefesas. Felizmente estávamos enganados.
Até agora não podíamos abertamente criticar os arguidos, pois não tinham ainda sido considerados culpados de nada, hoje tudo mudou. Um tribunal composto por um colectivo de alguns dos melhores juízes do país considerou-os culpados. Não são culpados de apenas um ou dois crimes, no conjunto são culpados de dezenas de crimes. Mais ainda, todos eles foram acusados. Agora afigura-se muito difícil não acreditar, não ter mesmo a certeza que os crimes são mesmo reais.

Por isso mesmo só agora podemos chamar as bestas pelos nomes que merecem. Essas criaturas, esses monstros, esses vermes repugnantes que virão hoje finalmente ser reconhecida pela justiça da Republica a monstruosidade dos seus actos. Mas aquilo que me repugna não são os actos, o que me repugna é a capacidade que esses vermes têm de continuar a mentir, de continuar a apregoar a sua inocência. Foram todos acusados depois da maior investigação criminal que o país já viu. Tiveram a sorte de viver num pais em que os crimes hediondos que cometeram são puníveis por penas menores, nem uma década terão de passar na prisão. Em vez de agradecerem aos céus pela permissividade da nossa legislação, em vez de reconhecerem finalmente o que fizeram e tentar ao menos pedir desculpa as suas vítimas, insistem em mentir, em tentar escamotear o que fizeram e vão interpor vá-se lá saber quantos recursos.

Convém lembrar que um recurso não vai voltar a avaliar a sua culpa, não vão ser novamente investigados os factos, nem vão ser entrevistadas novas testemunhas, muito menos serão procuradas novas provas. Um recurso consiste em procurar virgulas e pontos e virgulas nos acórdãos do tribunal que permitam aqueles que já foram considerados culpados sair em liberdade.
Não digo que o recurso não seja um instrumento válido em democracias, muito pelo contrário, é a única forma de evitar que erros processuais coloquem inocentes na prisão. Mas depois deste processo, depois de todos os testemunhos de todas as vítimas, depois de um longo e minucioso processo ter determinado que todos os acusados sem excepção (não incluindo neste grupo a arguida Gertrudes Nunes que não era acusada de violação de menores mas “meramente” de lenocínio) foram considerados culpados de múltiplos crimes. Como se pode aceitar que estes monstros, que estes vermes repugnantes tenham a lata de pedir recurso e abusar assim de um direito que assiste aos cidadãos de bem desta nação.

Só lhes chamo vermes repugnantes porque me falta o vocabulário para lhes chamar o que eles são, porque não foram ainda inventadas palavras na língua de Camões, nem em nenhuma outra língua que descreva o que estas criaturas são. Só sinto uma coisa por estas pessoas: nojo, um asco profundo e visceral que me faz sentir que o facto de existirem monstros assim torna este mundo um lugar pior para viver.

As maiores cidades da Europa

Depois de uma discussão sobre qual seria a maior cidade da Europa em termos de população, decidi fazer umas pesquisas sobre o assunto. As três cidades em discussão aparecem realmente nos três lugares cimeiros: Londres, Paris e Moscovo, mas na lista aparecem também algumas que para mim são surpresas. As duas grandes metrópoles portuguesas aparecem também na lista, Lisboa mais acima, o Porto um pouco mais abaixo, mas as duas juntas representam bem mais de um terço da população Portuguesa. Assustador o ponto a que já chegou o êxodo rural em Portugal e na Europa.
Sem mais delongas aqui fica a lista:

1. Londres 13.710.000
2. Paris 11.175.000
3. Moscovo 10.550.000
4. Istambul 10.525.000
5. Madrid 5.263.000
6. Milão 4.136.000
7. Barcelona 4.082.000
8. Berlim 4.016.000
9. Atenas 3.761.000
10. Birmingham 3.683.000
11. Roma 3.190.000
12. Katowice 3.029.000
13. Hamburgo 2.983.000
14. Nápoles 2.905.000
15. Varsóvia 2.785.000
16. Frankfurt 2.764.000
17. Munique 2.665.000
18. Bruxelas 2.639.000
19. Lisboa 2.591.000
20. Viena 2.584.000
...
43. Porto 1.245.000


Os valores apresentados referem-se às respectivas áreas metropolitanas e não aos municípios, sendo os dados provenientes da ESPON (European Spatial Planning Observation Network - dados de 2007) excepto nos casos de Moscovo e Istambul cujos dados provêm do UN-WUP (Word Urbanization Prospects das Nações Unidas - dados de 2007). É importante referir que excluí da lista os conglomerados de grandes cidades do Sul da Alemanha, nomeadamente a região do Ruhr (que incluí Dortmund, Essen e Essen) e do Reno (Dusseldorf, Duisburgo, Colónia e Bona) por não se referirem a cidades individuais como os restantes.